A Motion Picture Association of America (MPAA, sigla em inglês), órgão responsável pela classificação indicativa dos filmes distribuídos nos EUA, anunciou, na semana passada, um novo tabu contra o cigarro: filmes que trazem cenas que ‘glamourizem’ ou ‘incentivem’ o fumo podem receber classificação mais restritiva.
Basicamente, acender um cigarro em cena passa, a partir de agora, a ser equivalente a sexo, nudez, violência, xingamento e uso de drogas, e será avaliado como tal. ‘O fumo será um fato levado em conta no processo de classificação indicativa’, explica Dan Glickman, presidente da MPAA. Estes filmes receberiam indicação R, que significa que menores de 17 anos só devem assisti-los em companhia dos pais ou de um adulto responsável.
Nos últimos anos, ativistas contra o fumo passaram a fazer campanhas pela restrição de cenas de cigarro nos longas exibidos nos EUA. Os críticos alegam que Hollywood glamouriza o ato de fumar e encoraja os jovens a fazê-lo. De acordo com um estudo conduzido pela Universidade da Califórnia, filmes classificados como PG-13 [impróprios para menores de 13 anos] promovem o consumo de cigarro.
Apoio e ironia
O Directors Guild of America, entidade que representa os diretores nos EUA, disse estar de acordo com as novas regras, ressaltando entretanto a necessidade de se preservar o ‘delicado equilíbrio entre divulgar importantes questões de saúde e respeitar a liberdade de expressão’. A companhia produtora de cigarros Philip Morris também disse concordar com as diretrizes. ‘Nós consideramos que a decisão deve ajudar os pais a definir que filmes seus filhos podem assistir’, afirmou um porta-voz da empresa.
Christopher Buckley, autor do livro que inspirou o filme Obrigado por Fumar, foi irônico sobre a nova restrição. ‘Eu espero apenas que isso signifique que a MPAA irá privar filmes como Casablanca de suas classificações G [sem restrições, indicado para o público em geral] e reclassificá-los pelo que são: trabalhos insidiosos de propaganda pelo fumo que levaram a milhões de mortes’, opinou. Informações de Chuck Bennett [New York Post, 11/5/07].