A mídia, toda a mídia, está dando pulinhos de alegria com o resultado da primeira fase do julgamento do chamado mensalão no Supremo Tribunal Federal.
É preciso lembrar que a mídia não criou o mensalão, ele ofereceu-se à mídia – primeiro na forma do vídeo da propina nos Correios entregue à Veja, depois na forma da entrevista de Roberto Jefferson à Folha de S.Paulo e, finalmente, por meio da cobertura ao vivo das sessões da CPMI pelas TV Câmara e TV Senado, através das quais a sociedade avaliou a extensão do escândalo.
Está na hora de ajudar a investigar, gastar sola de sapato. Textos analíticos e opinativos servem aos leitores, mas não servem aos juízes. Por outro lado é preciso levar em conta que jornalistas não são policiais, nem fazem parte do Ministério Público.
Da imprensa o que se quer, nesta segunda fase dos processos, é que não esqueça de cumprir estritamente a tarefa de divulgar os fatos. Sem pressa, sem apelação, sem leviandade, com cuidado e, sobretudo, sem esquecer que estamos fazendo história.