Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

COI diz que censura foi surpresa

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, e o chefe de imprensa do órgão, Kevan Gosper, disseram que não estavam cientes que a internet seria censurada para jornalistas durante os Jogos de Pequim. Rogge está pressionando o Comitê Organizador dos Jogos de Pequim (Bogoc) para que haja total acesso à rede para a mídia. ‘Não vou me desculpar por algo que o COI não é responsável. Não estamos gerenciando a internet na China. Nunca houve um acordo sobre isso’, defendeu-se.

Gosper afirmou que não tomou conhecimento de quaisquer discussões sobre o assunto entre o COI e o Bogoc, mesmo tendo participado de diversos encontros sobre as operações da imprensa, por ocupar o cargo de presidente da comissão de imprensa do COI e de vice-presidente da comissão de coordenação dos Jogos.

Para ele, a mídia internacional deveria ter sido informada que os jornalistas não teriam acesso total à rede, antes de os repórteres chegarem para cobrir os Jogos Olímpicos. ‘Um grupo de trabalho está reunido com o comitê organizador dos Jogos em Pequim para começar a analisar sítio por sítio. Estou confiante que tudo vai ser resolvido’, afirmou Gosper.

Promessa quebrada

A Anistia Internacional, organização de defesa dos direitos humanos cujo sítio está bloqueado para jornalistas no país, condenou as restrições à internet durante as Olimpíadas e as classificou como ‘comprometedoras aos direitos humanos fundamentais e traidoras dos valores olímpicos’.

Na época de concorrer para sediar o evento, foram dadas garantias que os repórteres poderiam trabalhar normalmente nas Olimpíadas, que começam no dia 8/8. ‘Esta censura à mídia gritante é mais uma promessa quebrada que prejudica o apelo que os Jogos poderiam melhorar os direitos humanos na China’, comentou o pesquisador da Anistia, da região da Ásia, Mark Allison.

O porta-voz do ministério do Exterior da China, Liu Jianchao, afirmou que há garantias que o país irá facilitar as restrições a jornalistas internacionais, como permitir que repórteres trabalhem fora das principais cidades da China. Estas regras devem ter fim em outubro, mas Liu Binjie, chefe da Administração Geral de Imprensa e Publicações, afirmou que o governo estava comprometido a estendê-las por tempo indefinido. Informações de Paul Radford [Reuters, 31/7/08] e de Dan Baynes [Bloomberg, 2/8/08].