Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Comunicação a serviço da humanização

Vivemos a era da comunicação. Mais que em qualquer outra época, o homem moderno tem acesso à informação com rapidez e pelos mais variados veículos. Apesar dos avanços, alguns problemas sociais insistem em fazer parte da saga humana. Questões como direitos básicos do cidadão, acesso à saúde, segurança e participação política continuam como temas sem grande repercussão para a maioria da população. Por que?

Um país com dimensões continentais como o Brasil, requer uma atenção especial. Os grandes centros como Rio, São Paulo e Belo Horizonte representam um pouco mais de 35% da população. A televisão é o principal veículo, seguido pelo rádio. A informática, apesar de estar cada vez mais presente, ainda não agrega a grande massa. Já em outros estados como Pará, Pernambuco e Tocantins, o rádio continua sendo o número 1 na vida das pessoas. Enquanto no Rio de Janeiro, o computador se populariza a cada dia, em algumas regiões da Amazônia o mesmo aparelho é visto somente como propaganda, já que nem a energia elétrica atende a contento.

Transformação social

Outro fator a ser observado é a qualidade da informação veiculada. No Brasil, cerca de vinte grupos detêm a maioria das concessões de rádio e TV, e as redações estão cada vez mais enxutas. É muito comum assistirmos a mesma informação em canais diferentes, fruto da mesma fonte: as agências de notícias. Acrescenta-se a estes fatores a necessidade de audiência que determina as grades de programação, em detrimento do jornalismo. Resultado: uma parcela significativa da população que pouco sabe e pouco participa da vida social.

A comunicação é um dos pilares da democracia. O caráter social sadio exige um povo informado e, conseqüentemente, partícipe do processo de desenvolvimento. Haja vista a comunicação comunitária, fenômeno que assume cada vez mais espaço nas periferias. É comum ver nestes lugares o vereador sendo sabatinado pelo cidadão; ver problemas de infra-estrutura na pauta de conversas, e manifestações populares que exigem respostas das autoridades. Ou seja, vê-se participação popular.

Se comunicar é preciso, informar é fundamental. Quando a maioria da população for a pauta principal, sem duvidas haverá uma importante transformação social. Afinal, um país desenvolvido é formado, principalmente, de gente instruída, informada e humanizada.

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Jornalista, Mesquita, RJ