O Conselho Governamental do Iraque (IGC), determinado pelos EUA, proibiu a emissora al-Jazira de cobrir suas atividades oficiais no Iraque. O chefe do escritório da al-Jazira em Bagdá, Majid Khader, foi informado da proibição por e-mail. Enviado no dia 29/1, o e-mail avisava que a equipe da emissora estaria barrada da cobertura dos eventos oficiais do IGC por um mês, de 28/1 a 27/2. A Associated Press reportou que o IGC divulgou uma declaração afirmando que a al-Jazira havia sido banida de seus escritórios e de suas coletivas oficiais porque haveria mostrado desrespeito ao Iraque e ao povo iraquiano, além de ter ameaçado eminentes personalidades religiosas e nacionais.
Segundo Khader, a razão para a proibição pode estar em um episódio ocorrido no dia 27/1. Neste dia, o popular talk show Opposite Direction, apresentado pela al-Jazira, teve como tema a ‘infiltração israelense no Iraque’, e mostrou um debate entre um representante do IGC e um do Partido Comunista Iraquiano. Segundo a diretora-executiva do Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ), Ann Cooper, ‘o Conselho deveria estar aberto a debater o futuro do Iraque, mesmo que este debate não seja favorável a ele’.
Para o CPJ [2/2/04], não se sabe até onde irá o banimento da al-Jazira. A censura prévia dos veículos de comunicação no Iraque virou rotina nos últimos meses. Em novembro passado, o canal por satélite al-Arabya foi proibido de transmitir do Iraque, após apresentar uma gravação de Saddam Hussein chamando os iraquianos a resistir à ocupação dos EUA. Antes disso, em setembro, o IGC barrou repórteres da al-Jazira e da al-Arabya na cobertura de entrevistas coletivas oficiais e em seus escritórios por duas semanas.