A Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) não permite que os sindicatos estaduais de jornalistas aceitem os profissionais que tenham registro precário. A orientação da federação é de que apenas jornalistas com curso superior possam ser sindicalizados, o que é perfeitamente aceitável, já que o órgão serve para atender a uma classe de profissionais.
O que me chamou a atenção foi outra atitude da Fenaj, orientando empresas de mídia e comunicação a não contratarem jornalistas que tenham registro precário e ainda dizer que os precários são uma ‘ameaça’ aos jornalistas de nível superior. Esta atitude, a meu ver, já atinge os jornalistas que trabalham com registro precário e, por um motivo ou outro, não cursaram faculdade.
Os dirigentes da Federação Nacional dos Jornalistas estão preocupados com o que, já que para eles os jornalistas formados estão muito além dos ‘falsos’ profissionais? O que incomoda a Fenaj? Será que os direitos de concorrer a uma vaga são diferentes para um e outro? Uma pessoa que escreve todos os dias não pode ser chamada de autor? E quem divulga informações não é digno de ser chamado de jornalista? Que matéria exclusiva um jornalista domina? Temos especializações que nos fazem uns melhores que os outros?
Todos por igual
Onde está a democracia no jornalismo brasileiro? Para que serve a liminar da juíza Carla Rister que instituiu o jornalista precário? Não tenho o direito de escrever em jornais ou revistas unicamente porque não posso pagar um curso superior? E onde ficam minhas qualidades profissionais quando quero concorrer a uma vaga de trabalho? Os direitos são iguais para todos? Ainda existe censura no jornalismo? Não há preconceito nesta profissão?
Temos que começar a tratar todos por igual porque muitos jornalistas com curso superior não fazem o que um jornalista precário faz. Cada órgão deve defender o direito de sua categoria, mas nunca impedir o direito que todos temos de concorrer a uma vaga de trabalho.
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Jornalista