Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Deterioração política prejudica liberdade de imprensa

O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), com sede em Nova York, alertou para o aumento da violência no Sul da Ásia, que vem colocando cada vez mais jornalistas em risco. ‘A situação política na região está deteriorando’, afirma Shawn Crispin, consultor do programa asiático do CPJ. ‘Estes países estão entrando numa fase de pesado conflito armado, e assim que isso se concretizar, os jornalistas estarão imediatamente em risco’.

Alguns jornalistas no Sri Lanka, por exemplo, já viraram alvos de intimidação do Estado, enquanto profissionais no Paquistão sofrem em meio a forças políticas opostas. Nos últimos dez anos, nove casos de assassinato envolvendo jornalistas no Sri Lanka não foram resolvidos, colocando o país na quarta posição no ranking de ‘impunidade’ divulgado pela organização, atrás apenas do Iraque, Serra Leoa e Somália. No Paquistão, na 10ª posição da lista, a situação é periclitante. ‘Há cada vez mais jornalistas sendo pegos pelos grupos [que competem pelo poder]. Se eles não gostam da cobertura feita por um jornalista, vão atrás deste jornalista’, diz Crispin.

Segundo Elizabeth Witchel, membro do CPJ, seis dos 14 países que fazem parte do ranking de impunidade são do Sul da Ásia – entre eles Índia, Afeganistão, Nepal e Bangladesh. A lista inclui países que não conseguiram resolver casos de jornalistas mortos durante ou por causa de seu trabalho. De 1998 a 2008, a organização contabilizou 523 jornalistas mortos em todo o mundo – os 14 países que participam da lista têm os maiores números de casos impunes comparado ao tamanho de sua população. A Rússia é o único país europeu na lista recém divulgada, enquanto o Brasil entrou no ranking pela primeira vez – no 13º lugar, com cinco casos não resolvidos. Também foram listados México, em 11º, e Colômbia, em 5º. Informações de Manny Mogato [Reuters, 23/3/09].