O Wall Street Journal – de propriedade da Dow Jones & Company – planeja lançar um sítio de internet em diversos idiomas, em uma tentativa de fortalecer sua posição no exterior, noticia Richard Wray [The Guardian, 1/2/07]. ‘Este ano, estamos considerando criar versões locais do jornal online na Europa e na Ásia. Não estou dizendo que não teremos edições impressas, mas, de um ponto de vista empresarial, os custos para começar algo online são muito pequenos. Novas tecnologias permitem riscos e experimentações’, avalia o publisher do diário, Gordon Crovitz.
O jornal já tem uma equipe preparada para escrever em 11 línguas; portanto, não seria necessário muito investimento para adaptar as notícias para a rede. Em 2002, foi lançado o sitio do Journal em chinês, que conta atualmente com mais de 273 mil usuários cadastrados e registra pelo menos três milhões de page views mensais.
Reformulação
De acordo com Crovitz, a empresa também estaria interessada em comprar o Financial Times, caso o grupo Pearson o coloque à venda – o que foi muito especulado recentemente, mas negado pela editora. O FT seria um complemento perfeito ao Journal, que é um dos três jornais mais vendidos dos EUA, com mais de 1,7 milhão de assinantes em território americano, mas com pequena tiragem nos mercados europeu e asiático: suas versões nestas regiões têm apenas 100 mil assinantes cada. Especula-se que, se o Journal realmente adquirisse o FT, retiraria sua edição impressa da Europa, onde o mercado de jornais econômicos é dividido entre o FT, que já tem uma edição em alemão, e diversos jornais locais, como o alemão Handelsblatt e o francês Les Echos, de propriedade do Pearson.
O Journal impresso também foi remodelado nos EUA. Segundo Crovitz, agora 80% do diário devem ser dedicados a informações aprofundadas ou a reportagens exclusivas. ‘As pessoas querem saber o que as notícias significam, além do que aconteceu no dia anterior’, afirma.