Em seu relatório anual, onde avalia a liberdade de imprensa em 98 países e as principais violações aos direitos dos jornalistas, a organização Repórteres Sem Fronteiras [1/2/07] deu destaque especial à internet. No mundo todo, no ano passado, pelo menos 60 pessoas foram para a prisão por criticar o governo na rede. Ciberdissidentes e blogueiros sofreram com a censura na China, Vietnã, Síria, Tunísia, Líbia e Irã. Se, há uma década, a internet parecia ser o espaço ideal para críticas e para um jornalismo longe da censura, hoje a ditadura chegou à rede.
A tecnologia atual permite que sejam fiscalizados sítios, chats, fóruns, vídeos em páginas de compartilhamento como o YouTube e até e-mails, dentre outros. A internet não foi desenhada para favorecer a confidencialidade das mensagens – o que é muito útil para espiões e censores.
Em cibercafés cubanos, quando os internautas escrevem palavras ‘proibidas’ em um e-mail, como o nome de algum dissidente político, recebem uma mensagem informando que o que estão escrevendo é considerado uma ‘ameaça à segurança estatal’ e o navegador se fecha automaticamente. Empresas como Yahoo!, Cisco Systems, Google e Microsoft já mostraram que estão dispostas a cooperar com governos repressores em países onde têm negócios – através de filtros ou abrindo o acesso a informações supostamente privadas de seus usuários.
O relatório pode ser acessado em sua versão integral, em inglês, francês, espanhol e árabe, no sítio da RSF.