Dois jornalistas foram detidos na Líbia, a 6 de março de 2011: Ghaith Abdul-Ahad, que trabalha para o diário inglês The Guardian, e Andrei Netto, repórter do diário brasileiro O Estado de S. Paulo. Repórteres sem Fronteiras insta as autoridades líbias a libertarem imediatamente os dois jornalistas. Os profissionais da comunicação social não podem, em caso algum, ser considerados alvos no conflito que opõe as forças governamentais aos rebeldes.
De acordo com as informações recolhidas pela organização, os dois jornalistas estavam, no passado dia 6 de março, na região de Zawiya, no ocidente do país (a 30 km da capital), cobrindo os confrontos entre as forças de Kadafi e os revoltosos, quando foram presos pelas tropas governamentais. Desde então, encontram-se detidos. Luciana Constantino, editora-chefe do jornal online Estadão (a versão internet do diário O Estado de S. Paulo), confirmou a Repórteres sem Fronteiras a detenção de seu repórter Andrei Netto, mas declarou ignorar onde ele se encontra detido. ‘Sabemos apenas que está bem fisicamente e que o embaixador do Brasil na Líbia se deslocou à região para negociar sua liberação’, explicou. Já The Guardian indicou, num comunicado de imprensa, estar em contato com as autoridades em Trípoli em Londres, a fim de obter mais informações sobre a situação de seu jornalista, e confirma que os dois repórteres viajavam juntos. Ghaith Abdul-Ahad, de nacionalidade iraquiana, trabalha para The Guardian desde 2004. Cobriu, entre outros, os conflitos na Somália, no Sudão, no Iraque e no Afeganistão. Entrara na Líbia através da fronteira com a Tunísia. Por seu lado, Andrei Netto é o correspondente em Paris do Estado de S. Paulo.
Finalmente, a organização condena energicamente as agressões físicas e as intimidações sofridas por três jornalistas da BBC durante as 21 horas que durou sua detenção pelas forças governamentais, a 7 e 8 de março. Firas Killani, Goktay Koraltan e Chris Cobb-Smith foram sujeitos a um verdadeiro calvário.
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