A assinatura acima serve apenas para o texto não ficar anônimo. Trata-se da transcrição de comentários de dois leitores ao tópico “A superfície dos acontecimentos”, publicado em 6/2. Há outros comentários de leitores na página.
O primeiro é de um habitante de Salvador, Moisés Sales. Faz crítica severa do estado de coisas deletério em que se encontram, na sua visão, o estado da Bahia e principalmente sua capital, e do qual decorre, afirma, uma baixa dramática da autoestima dos cidadãos. A mídia local não passa incólume. O segundo é de um policial militar baiano, José Carlos Silva, que critica seu comandante e o governador do estado, a quem acusa de descumprir acordo feito há três anos.
Sem governo e sem oposição
Moisés Sales
Como soteropolitano, vejo neste episódio apenas a ponta de uma enorme pedra de gelo submersa: o esgotamento de um jeito "baiano" de ser numa cidade e estado com baixíssima autoestima, salvo aquilo que é inflado pela mídia – "estado de (falsa) felicidade perene".
Cidadãos sem educação e senso de urbanidade, poder(es) executivo(s) inerte(s), quando não acéfalo – vide Salvador –, poder judiciário apático e lerdo, e um legislativo submisso às vontades do novo "painho"/cabeça-branca.
Aqui, onde sol e calor e o compasso de espera pelo "maior carnaval popular" (onde, fora das cordas??), entorpecem corações e mentes, este episódio arrisca deflagrar – oxalá!! – uma mudança no comportamento de nossas elites e, principalmente, de nós, cidadãos baianos tão idiotizados por um "modo de ser" comportamental, musical e político cujo modelo já se esgotou faz mais de década, com resultados e consequências que começam vir à tona. Contra, inclusive, a imprensa local chapa-branca como sempre. Êta baiazinha sem governo e sem oposição!
“Wagner prometeu e não cumpriu”
José Carlos Silva
Sou Policial Militar de uma unidade especializada que ainda não parou por causa das ameaças diárias do Comandante, que não quer perder seus privilégios. Porém em 2009 acompanhei de perto as negociações e o governador realmente se comprometeu com o pagamento das famigeradas GAPs [Gratificações de Atividade Policial Militar], nesse caso as IV e V, como forma de evitar uma possível greve. Após três anos, além de não cumprir a palavra ele ainda mente nas declarações. Prisco [Marco Prisco, líder do movimento] está falando a verdade.