O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) instou hoje as autoridades a realizarem uma investigação completa sobre o homicídio de Valério Nascimento, proprietário de um periódico e jornalista brasileiro, que foi assassinado a tiros na terça-feira (3/5) em frente à sua casa em Rio Claro, Rio de Janeiro. O assassinato de Nascimento foi o terceiro ataque a tiros contra um jornalista brasileiro documentado este ano pelo CPJ.
‘As autoridades brasileiras devem realizar uma investigação minuciosa sobre o homicídio de Valério Nascimento, determinar se teve relação com seu trabalho e processar os responsáveis’, declarou Carlos Lauría, coordenador-sênior do programa das Américas do CPJ. ‘Estamos alarmados com a sucessão de agressões violentas contra jornalistas que informam sobre corrupção governamental este ano.’
Nascimento, dono do jornal Panorama Geral, foi encontrado morto na terça-feira na frente de sua casa, atingido por tiros na cabeça e no peito, segundo informações da imprensa. Apenas quatro edições do Panorama Geral haviam sido publicadas, de acordo com a imprensa brasileira.
A polícia está tentando estabelecer o motivo de assassinato e não descartou que tenha sido politicamente motivado, segundo notícias da imprensa. Citando a polícia local, O Globo informou que o último número do Panorama Geral havia exposto irregularidades na administração do prefeito de Bananal, no estado de São Paulo. O jornal também criticou a administração dos serviços públicos de Bananal, incluindo tratamento de esgoto, os parques públicos e os centros de saúde, segundo informações da imprensa. Nascimento, que também era ativo na política fluminense, foi presidente de uma associação de moradores e duas vezes candidato a vereador.
Em abril, Luciano Leitão Pedrosa, um jornalista de rádio e televisão conhecido por sua cobertura crítica das autoridades locais e grupos criminosos, foi assassinado a tiros no estado de Pernambuco. Em março, o blogueiro crítico Ricardo Gama foi ferido gravemente depois que um agressor não identificado disparou contra sua cabeça, pescoço e peito quando ele caminhava pela vizinhança, no Rio de Janeiro.
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O CPJ é uma organização independente sem fins lucrativos sediada em Nova York e se dedica a defender a liberdade de imprensa em todo o mundo