Caros amigos do Observatório da Imprensa: uma concessão de rede de televisão, a CNT, pertencente ao Grupo Martinez, propriedade do antigo deputado morto num acidente aéreo que arrendou sua rede ao Grupo CBM (Companhia Brasileira de Multimídia), pertencente ao empresário Nelson Tanure, controlador do Jornal do Brasil e da Gazeta Mercantil. Mal a emissora, denominada TV JB entrou no ar, inexplicavelmente saiu. As justificativas são inúmeras e vão desde o não pagamento de três meses de aluguel atrasado como o não cumprimento de outras normas anteriormente acordadas.
O mais interessante disso tudo é que a imprensa pouco ou nada divulgou acerca do ocorrido. O espectador, que é o mais prejudicado com a bagunça que se tornou esse canal 9 – que já foi TV Continental, TV Record, TV Copacabana, TV Corcovado, MTV, CNT, Rede OM e TV JB – não tem a menor satisfação de absolutamente nada. E o pior é que nem o Observatório da Imprensa, conhecido por ser o arauto das desventuras praticadas pela imprensa ou contra ela, nada mencionou a respeito. Ainda há tempo. Ou não há mais?
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O caso Renan x Mônica é a ponta do iceberg de uma intensa promiscuidade na relação imprensa e políticos em Brasília. Imaginem centenas de mulheres repórteres, estagiárias e outras jornalistas de microfone em punho em todos os lugares do Congresso Nacional. Imaginem políticos e empresários ávidos por um microfone e, principalmente, quando, em off, começa a rolar um clima. Brasília, neste particular é a Sodoma do jornalismo brasileiro. Confinados no Planalto Central, com aquele imenso céu que parece querer desabar sobre nossas cabeças, ou espalhados por bares, centros comerciais, inferninhos e restaurantes de luxo, convivem de uma maneira muito próxima a fome com a vontade de comer.
Brasília tem tudo para fazer que jornalistas acreditem que aquela relação com o político tal ou qual irá lhes alavancar a profissão. E os políticos apostam na notoriedade. A ética profissional de ambas as partes cede lugar a esperança de que os encontros aliviar-lhes a bolsa e a vida. São comuns essas promiscuidades em Brasília. Quem deveria denunciá-las seria a imprensa, mais aí… As relações promíscuas acontecem também em outros grandes centros, porém de forma mais dispersa, mas Brasília está condenada a ser o centro nacional das decisões políticas e encontros fatais. Aprofundem este tema e verão que casos como o de Renan são apenas a ponta do iceberg. (Paulo Tamburro, estudante universitário, Rio de Janeiro, RJ)
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Na edição de sábado (30/9) do Jornal Nacional não houve informação alguma sobre o jogo entre Brasil e Alemanha, que seria realizado no dia seguinte, pela decisão do Mundial Feminino de Futebol. Que papelão, Rede Globo! (Luiz Carlos Gonçalves de Oliveira, professor, São Paulo, SP)
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Aconteceu sexta-feira (21/9) o afastamento, por 180 dias, da funcionária pública Carmen Sílvia M. Corrado, que era a chefe da administração do Fórum de Ilhabela (SP). A suspeita é de que a servidora tenha falsificado cartões de ponto com sua freqüência, causando prejuízo financeiro ao Tribunal de Justiça de São Paulo. Será apurado também na auditoria se houve adulteração de notas fiscais dos fornecedores do Fórum com desvio de verba do Tribunal. Carmen Corrado é companheira há mais de 10 anos do presidente da OAB de São Sebastião/Ilhabela, recentemente foi entrevistado pela TV Vanguarda [ver de 18/9/2007] exatamente para explicar o que a corregedoria estava fazendo lá. Interessante observar a imprensa e as entrevistas da TV Vanguarda. (Marcelo Cavalcanti, fotógrafo, São José dos Campos, SP)
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Na quarta-feira (26/9), o partido de Heráclito Fortes (DEM-PI) deu, novamente, um ultimato ao consórcio de partidos governistas. Ou a CPI destinada a varejar as ONGs saía, ou a oposição continuaria boicotando as votações no Senado. O pior que a mídia conservadora aplaude e apóia tal descalabro. Minha mãe, quando eu era pequeno, dizia: ‘Meu filho, chantagear as pessoas para se conseguir as coisas que te agrade é muito feio, é falta de respeito, somente as pessoas sem caráter fazem isso’. Existe alguma diferença, do que a minha mãezinha dizia com o que se ouve nos dias de hoje ou as coisas mudaram?
Os senadores da oposição estão brincando com o povo brasileiro, não se tem mais respeito para com a ética profissional. Vira e mexe, ouve-se: ou Renan Calheiros sai da presidência ou vamos boicotar a votação do Senado, prejudicando os interesses em fazer a fila de projetos andarem. A meu ver, a oposição esta assinando embaixo as suas incompetências. Eles imaginam que estão prejudicando o governo Lula, quando na verdade estão prejudicando a todos nós.
Depois dizem que o governo federal está perdendo as oportunidades que a economia mundial está oferecendo. Só falta a oposição, junto com a mídia golpista, afirmar que quem matou a Taís da novela das 8 foi o presidente Lula e não o Olavo. E se isso não se confirmar, lá vem novo boicote no Senado. (Valdirio Guerra, aposentado, São Paulo, SP)
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Professor, Rio de Janeiro, RJ