Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

O jornalismo colaborativo e suas maravilhas

Mal começou a segunda semana de 2013 e o jornalismo colaborativo já apresentou uma de suas características mais interessantes: o relato de pessoas consideradas “anônimas” como parte do processo da transmissão de fatos. Quem ainda não viu o vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=ePZ1bGUdXtE) da ação (aparentemente truculenta demais por um motivo que não precisava de tanta violência) de alguns agentes da Guarda Civil Metropolitana contra um grupo de skatistas na Praça Roosevelt, no centro de São Paulo, na sexta-feira (4/1)?

Um dos pontos mais fortes do vídeo é o momento em que um dos membros da guarda (à paisana) se aproxima do cinegrafista, fazendo ameaças e desferindo insultos. Como o caso repercutiu bastante nas redes sociais, ele acabou virando pauta para os veículos de comunicação, usando como referência as imagens capturadas pelo jovem. Graças ao material produzido pelo rapaz, dois dos envolvidos puderam ser identificados e, consequentemente, punidos com o afastamento da corporação. Caiu na rede, já era!

Como na internet nada passa batido, na noite de segunda-feira (7/1) um amigo me enviou um vídeo hospedado na TV UOL, com o seguinte título: “Blitz da guarda civil gera confusão no centro de São Paulo“.

Ao assistir a reportagem feita há alguns meses pelo SBT Brasil, exatamente nos 0:59 do vídeo, qual foi a surpresa? O mesmo guarda exaltado do vídeo com os skatistas aparece novamente agindo com truculência, dessa vez contra ambulantes nas ruas da cidade.

Na ocasião, a Guarda Civil Metropolitana justificou o ato como uma resposta ao desacato por parte do vendedor ambulante e não houve consequências para os agentes envolvidos. Desta vez a história foi diferente, graças ao cidadão comum.

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[João Paulo Vale é jornalista, Belo Horizonte, MG]