Na sexta-feira (26/9), o último funcionário do Novo Jornal apagou as luzes e trancou a porta da redação do portal de notícias por volta das 20h, segundo seu dono, Marco Aurélio Carone.
Na segunda-feira (29/9), às 9h, a auxiliar de veiculação Kátia Ferreira chegou ao escritório, em Belo Horizonte, e encontrou o seguinte: computadores roubados (ao todo, quatro CPUs e seis monitores); gavetas arrombadas; objetos no chão, bagunçados e revirados; uma caixa de documentos desaparecida e pelo menos uma pasta de papéis furtada.
Perguntas que não se calam (e atenuantes antiparanóia entre parêntesis):
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Quem arrombou a redação do Novo Jornal? (Pode ter sido um ladrão qualquer.)**
Por que o ladrão levou quatro CPUs e seis monitores, mas deixou a impressora, o telefone/fax e nem chegou perto da sala do segundo andar, onde ficam equipamentos mais caros? (Pode ter ouvido barulhos que evitaram sua incursão ao segundo andar.)**
Por que o ‘ladrão’ carregou consigo documentos, papéis, CDs com informações de reportagens? (Não consigo pensar em atenuantes comuns.)**
Mesmo se não tivesse levado, por que teria arrombado um arquivo de pastas de papel – onde, portanto, só poderia haver papéis? (Pode ter tentado encontrar cédulas de dinheiro.)**
E por que revirou gavetas; o que buscava? (Pode ter tentado buscar dinheiro)**
Qual o teor dos papéis desaparecidos e a quem as informações contidas neles interessavam? (Não consigo pensar em atenuantes.)Dúvida surpreendente
Todas são perguntas sem resposta, ao menos enquanto o inquérito policial não terminar. Mas a que mais interessa, sem dúvida, é a primeira. Porque, se for um caso de furto comum, o Novo Jornal foi vítima de ladrões com gostos e interesses incomuns.
Porém, se for caso de furto de informações, o Novo Jornal pode ter sido vítima de uma intimidação ao exercício do jornalismo, corriqueira nos anos da ditadura militar, mas nem tanto em um regime democrático como o nosso. Na calada da noite, sem mandato de busca e apreensão, nem mesmo o processo contra o Novo Jornal que hoje corre em segredo de justiça poderia justificar esse ato de vandalismo.
E, então, ficamos com a dúvida mais surpreendente desde o começo do caso Novo Jornal: quem seriam esses ladrões?
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Jornalista