O governo do Sri Lanka censurou o embaixador alemão Jurgen Weerth por ter discursado no funeral do jornalista Lasantha Wickrematunga, editor do jornal Sunday Leader. Wickrematunga foi morto a tiros quando dirigia para o trabalho, na semana passada. O crime ocorreu próximo a uma base militar, mas os assassinos conseguiram escapar.
O editor era crítico ferrenho do governo, em especial em relação à guerra contra os rebeldes da etnia Tâmil, e suspeita-se que seu assassinato tenha sido motivado por isto. ‘Weerth foi interrogado no Ministério das Relações Exteriores e o secretário do órgão, Palitha Kohona, expressou o descontentamento do governo em relação aos comentários do embaixador’, revelou uma fonte do Ministério à AFP [14/1/09].
Sem palavras
Weerth teria dito que os diplomatas falharam ao não terem agido mais cedo por uma maior liberdade de imprensa no Sri Lanka. ‘Hoje é um dia em que ficamos sem palavras’, declarou ele no funeral, na segunda-feira (12/1). ‘Talvez devêssemos ter falado disto antes. Agora é muito tarde. A humanidade perdeu um grande porta-voz da verdade. Mas ele irá viver por meio de seu trabalho’.
A oposição do país pediu uma investigação internacional sobre o assassinato. O governo, no entanto, rejeitou o pedido – o que gerou críticas de diversos grupos em defesa dos direitos da imprensa nos EUA e na União Européia. O presidente Mahinda Rajapakse negou qualquer envolvimento do governo no crime e afirmou que está determinado a levar os assassinos de Wickrematunga à Justiça.