O secretário de Cultura do Reino Unido, Andy Burnham, afirmou que emissoras devem ter mais responsabilidade pela pressão que o público coloca nos participantes de reality shows, noticiam Mark Sweney e Leigh Holmwood [The Guardian, 2/6/09]. Ele especificou o caso de Susan Boyle, que participou do programa de calouros Britain’s Got Talent e foi internada em uma clínica psiquiátrica em Londres devido à exaustão, após ter ficado em segundo lugar na final ao vivo, exibida no sábado (30/5).
Em uma coletiva à imprensa, Burnham alegou não saber dos procedimentos que a produtora do programa, Talkback Thames, e a emissora ITV tomaram em relação à Susan. ‘A indústria midiática tem que pensar como proteger melhor as pessoas que são lançadas ao estrelato desta maneira. Há lições a serem aprendidas’, afirmou.
Embora acredite que os participantes devam ser melhores orientados sobre as dificuldades da fama, Burnham não alega ser necessário tomar a medida de proibir a participação de crianças em programas do gênero. ‘Pessoalmente, acho positivo celebrar o talento dos jovens’, defendeu, referindo-se às reclamações feitas sobre a participante Hollie Steel, de apenas 10 anos, que concorreu com Susan e chorou durante sua apresentação no programa de sexta-feira (29/5). Mesmo assim, o Ofcom, órgão regulador de telecomunicações do Reino Unido, não tem intenções de investigar o programa, pois acredita que não houve quebra de normas de conduta.
Susan, de 48 anos, foi claramente a favorita a vencer o programa de calouros, mas acabou perdendo para o número de dança Diversity. Ela ganhou fama mundial em abril e seu vídeo foi visto por milhões de pessoas no YouTube. Após a derrota, no domingo (31/5), a cantora foi internada. Descobriu-se, posteriormente, que Susan – que tem dificuldades de aprendizagem geradas pela falta de oxigênio em seu nascimento – não foi testada psicologicamente pelos produtores antes de participar no programa.