Agressores não identificados assassinaram a tiros o empresário de mídia e radialista José Givonaldo Vieira na manhã de segunda-feira (14/12) no estado de Pernambuco, na região nordeste, de acordo com informações da imprensa. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) pediu hoje às autoridades brasileiras que conduzam uma investigação completa sobre o assassinato de Vieira e levem prontamente os responsáveis à justiça.
Três homens não identificados, que estavam em um Gol de cor clara, interceptaram o veículo de Vieira em frente à rádio Bezerros FM, emissora de propriedade do empresário na cidade de Bezerros, a 107 quilômetros da capital do estado, Recife, de acordo com o jornal O Globo. Testemunhas citadas pela imprensa brasileira informaram que um dos agressores se dirigiu ao carro de Vieira e atirou três vezes, atingindo-o no tórax e na nuca antes de fugir. Vieira foi levado a um hospital local e, depois, transferido para o Hospital Regional de Caruaru, onde chegou morto.
Vieira, de 40 anos de idade, apresentava o programa Bezerros Comunidade, que enfocava questões sociais, noticiou O Globo. Ele também era proprietário do jornal Folha do Agreste e de uma produtora de música.
A polícia está investigando o assassinato e as autoridades ofereceram uma recompensa de R$ 2 mil por qualquer informação sobre o crime, de acordo com informações da imprensa. Investigadores disseram a repórteres brasileiros que o assassinato de Vieira parece ter sido uma execução por encomenda. Eles ainda não determinaram o motivo, mas informaram que nenhuma linha de investigação foi descartada.
Política e noticiário das rádios
‘Estamos entristecidos pela morte de José Givonaldo Vieira e oferecemos nossas condolências aos seus familiares, colegas e amigos’, disse Robert Mahoney, diretor-adjunto do CPJ. ‘As autoridades brasileiras devem conduzir uma rápida e completa investigação sobre o assassinato de Vieira, e determinar se ele foi alvo de retaliação por seu trabalho informativo. Todos os responsáveis pelo assassinato de Vieira devem ser levados à justiça.’
Em 2009, o Brasil foi incluído pela primeira vez no Índice de Impunidade do CPJ, uma lista de países onde, regularmente, jornalistas são mortos e os governos falham em resolver os crimes. A pesquisa do CPJ mostrou que, embora as autoridades brasileiras tenham conseguido certo êxito em processar assassinos de jornalistas, estes esforços não foram suficientes para se equiparar ao alto percentual de violência fatal contra a imprensa no país. Cinco assassinatos ficaram sem solução na última década. Em um relatório especial realizado em 2006, ‘No ar: política, paixão e notícia‘, o CPJ apurou que radialistas e jornalistas independentes são as vítimas mais comuns no interior da região nordeste do Brasil, onde a influência política permeia o noticiário das rádios [Nova York, 15 de dezembro de 2009].
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O CPJ é uma organização independente, sem fins lucrativos, sediada em Nova York, que se dedica a defender a liberdade de imprensa no mundo