Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Empresários contam com blogueiros para atingir clientes

Se os blogs começaram como diários virtuais e evoluíram para espaços de exposição de idéias e informações, hoje atingiram um novo patamar: o de ferramenta de marketing. Empresários descobriram que o ato de blogar pode dar destaque a seu negócio, fazer com que as pessoas comentem seu produto, criar uma relação com os consumidores, investidores e parceiros e levar a companhia a ter melhor posicionamento nos resultados de pesquisas online de portais de peso como Yahoo! e Google.

Mas como fazer para ter um blog de qualidade, escrito de maneira clara, concisa e eficiente? E como ter tempo para, além de administrar uma empresa, administrar também uma página interativa de internet? Destas perguntas surgiram um novo cargo, o de ‘ghost blogger‘. Assim como os ‘ghost writers‘, escritores que ajudam supostos autores a produzir sua obra, firmas de webdesign têm feito o trabalho por empresários-clientes que querem ter ‘blogs corporativos’ mas não escrevem bem – ou simplesmente não têm tempo para fazê-lo.

Impacto nas pesquisas

‘[Nossos clientes] entendem o valor [dos blogs], mas não têm tempo para isso’, explica Nancy McCord, proprietária da McCord Web Design, nos EUA. A companhia possui um time de quatro autores freelancers, e 80% de seu trabalho envolve escrever textos em blogs em nome dos clientes.

Nancy fez recentemente uma pesquisa dentro de seu próprio negócio. Ela analisou três sítios construídos por sua empresa para agentes de seguro independentes. A diferença era que apenas um deles tinha um blog. Basicamente, este sítio gerava de 25% a 35% de tráfego a mais do que os outros dois – provavelmente por causa do impacto que o blog tinha nos resultados de busca.

‘O Google é o rei das buscas, e o Google quer conteúdo fresco todo dia’, resume Mary Gillen, que também trabalha com freelancers para alimentar sua crescente rede de clientes à procura de autores fantasmas para seus blogs.

Ética na blogosfera

O uso dos ghost bloggers, apesar de prático, levanta questões éticas relacionadas à relação de confiança estabelecida entre os blogueiros-empresários e seus leitores. Por esta razão, os autores dizem ser essencial que seus textos reflitam fielmente a personalidade e opiniões dos clientes. Caso isso não ocorra, corre-se o risco de perder a confiança que o verdadeiro dono do blog ganhou de seus consumidores. Por esta razão, os fantasmas costumam pedir que os empresários-clientes chequem todas as informações antes que elas sejam postadas no blog.

Mas há quem duvide da eficácia da prática – ou, para ser mais exato, há quem não concorde com a prática. ‘Você está construindo uma relação genuína com sua audiência’, diz Stephen Turcotte, CEO da Backbone Media, empresa que ajuda clientes a melhorar seu posicionamento em resultados de buscas online. ‘Como você construirá esta relação se a pessoa que escreve os comentários não é quem diz ser?’. Turcotte orienta seus clientes a não contratar ghost bloggers. Ele espera ajudar a preservar a reputação da blogosfera. Informações de Tony Kontzer [Investor’s Business Daily, 9/5/07].