Dos dias 5 a 9/12, ativistas da rede mundial de comunicação Our Media/Nuestros Medios – grupo que congrega as mais diversas nacionalidades na luta pela ampliação do acesso aos meios de comunicação em escala mundial – reuniram-se em Bangalore na Índia, para a realização da ‘V Conferência Internacional de Mídia: democracia e cidadania’. O centro do encontro foi a necessidade de reafirmar e propagar a participação da comunicação popular em um contexto onde os conglomerados de mídia imperam. De acordo com membros da rede, ‘a cultura popular e a diversidade social são, no mundo todo, marginalizados pela mídia comercial’ e portanto é dever do Our Media/Nuestros Medios ‘criar ambientes onde se possa ampliar a participação da comunidade no processo comunicativo’.
Como exemplo de experiências bem sucedidas na ampliação da comunicação popular, foram relatados e apreciados os projetos de democratização da mídia em comunidades aborígenes na Austrália, em movimentos de mulheres na Turquia, em vilarejos na Tanzânia e em campanhas de restauração de uma mídia independente no Nepal. A meta dos ativistas sempre foi de tornar as diferentes vivências em espaços não-hierarquizados para que assim ‘todas as pessoas se sentissem peças necessárias na construção de uma comunicação alternativa e igualitária’.
No último dia da conferência um documento foi elaborado com as principais reivindicações e metas dos membros e colaboradores da rede mundial. O texto pontua questões como a implementação de um marco regulatório que permita a utilização das ondas sonoras por parte dos radiodifusores comunitários na Índia, uma campanha de pressão sobre o governo do Nepal para que restaure os direitos dos cidadãos como a liberdade de expressão, e a sustentabilidade do Movimento pela Democratização da Comunicação na Turquia.
Fundada em 2000, a rede mundial Our Media/Nuestros Medios organiza a conferência anualmente e durante todo ano implementa as deliberações tiradas dos encontros. Em 2004, o evento aconteceu em Porto Alegre onde se discutiu a possibilidade de construir projetos de radiodifusão comunitária que englobassem professores universitários, estudantes, especialistas em comunicação e militantes. Um dos preceitos básicos da rede é fazer com que uma comunidade ou um coletivo se expresse através dos meios de comunicação de massa com o objetivo de edificar a cidadania. Hoje, o grupo conta com a participação de 120 acadêmicos e profissionais trabalhando em 27 países. Conheça mais através do site.
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Da equipe do FNDC