Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.
Está acirrada a discussão sobre a questão racial no Brasil, mas no último domingo a pesquisa do Datafolha ofereceu uma contribuição extremamente útil e significativa. Das 6.264 pessoas ouvidas, apenas 9% se consideram bem-informadas a respeito do assunto das quotas. Isso significa que as pessoas estão tomando posições, opinando e até radicalizando sem conhecer a questão.
O problema passa pela mídia, embora a mídia não seja a responsável. Tudo começou com a divulgação de manifestos assinados por intelectuais contra as quotas e a favor das quotas. Começamos, portanto, discutindo soluções conflitantes, mas talvez o certo fosse examinar o problema onde não há divergências: todos concordam que algo precisa ser feito para tornar a sociedade brasileira mais justa.
Se há consenso no diagnóstico, por que esta radicalização na escolha das soluções? Talvez porque a questão não tenha sido suficientemente esclarecida. É o que tentaremos fazer hoje. Mas antes convém reparar num detalhe simbólico: a imprensa escreve cota – cota –, mas a palavra certa seria quota – quota.