Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

GDA repudia processos contra jornais

O Grupo de Diários América (GDA), que reúne 11 jornais latino-americanos, incluindo O GLOBO, condenou nesta sexta-feira a decisão do presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, de processar por difamação 22 jornalistas de três veículos do país.

Estão envolvidos na denúncia por difamação apresentada por Cabello 15 diretores do “El Nacional”, que faz parte do GDA, quatro do Tal Cual e três do La Patilla, ambos sites jornalísticos na internet. O presidente do Legislativo pediu medidas cautelares à Justiça que incluem a proibição de saída do país e que cada um dos 22 jornalistas se apresente ao juiz a cada oito dias. Pelo Código Penal, o crime de difamação pode ser punido com até quatro anos de prisão.

O diretor do “El Comercio”, do Peru, Luis Miró-Quesada, afirmou que o objetivo da ação movida por Cabello é pressionar o presidente do “El Nacional”, Miguel Henrique Otero, e minar a liberdade de imprensa.

– É uma demanda clara e exclusivamente política, tem um fim político que é pressionar o único meio independente de Caracas – disse.

Otero afirmou que o país vive um novo capítulo de cerceamento de liberdade de expressão.

– É um processo que passou pela aprovação das leis, a repressão administrativa, a violência física e pelas limitações da compra de papel. Tudo o que conseguiu o regime foi reduzir a imprensa livre na Venezuela a um pequeno espaço – disse o presidente do “El Nacional”.

María Eugenia Ferré Rangel, que assume a presidência do GDA, afirmou que o grupo de jornais ficará atento e ofereceu o apoio do grupo para defender a liberdade de expressão e da imprensa independente, “tão importantes para o fortalecimento da democracia”.

O secretário-geral dos Trabalhadores da Imprensa da Venezuela, Marcos Ruiz, afirmou que o objetivo de Cabello é esconder os problemas que afetam a vida dos venezuelanos.