Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Gigantes disputam compra da AOL

O Google e a Comcast, maior operadora de TV a cabo dos EUA, estão em ‘sérias conversas’ para comprar uma participação minoritária da America Online, propriedade da Time Warner, segundo fontes ligadas às negociações. As conversas giram em torno do portal e não do serviço de provedor de acesso prestado pela AOL, que vem registrando queda constante no número de assinantes. Um acordo poderia criar um desafio às companhias Yahoo! e Microsoft, que também têm negociado uma joint venture com a AOL em discussões separadas. Nenhuma das empresas envolvidas quis comentar o assunto.


A Time Warner vem sendo pressionada por Wall Street a vender uma participação minoritária da AOL a fim de impulsionar o valor das ações da companhia. O executivo-chefe da Time Warner, Richard Parsons, também está sob pressão para melhorar o desempenho da empresa.


Nas últimas semanas, o investidor milionário Carl Icahn vem tentando reunir apoio de acionistas para pressionar mudanças na Time Warner. Em carta aos acionistas, Icahn pediu à companhia para investir em um programa de US$ 20 bilhões em recompra de ações e para vender os negócios do setor de TV a cabo. O investidor usa como fator de pressão o pacote de ações que ele e seus parceiros possuem – equivalente a 2,6% do total de ações da Time Warner –, com o qual tentará obter um assento na diretoria da empresa. Ele acusa o atual conselho diretor do grupo de ser o culpado pelo ‘desastre’ resultante da fusão com a AOL, que causou perdas de US$ 87 bilhões em dois anos. Icahn lembra ainda que Parsons era o presidente do consórcio no momento da fusão com a empresa de internet.


O baixo rendimento da AOL é uma pedra no sapato de Parsons, mas ainda assim ele teria resistido a se livrar do negócio. No último trimestre, o rendimento do braço de internet caiu 4%, comparado ao mesmo período no ano passado. Existem atualmente 20.8 milhões de assinantes da AOL nos EUA, 2.6 milhões a menos do que há um ano. Na Europa, há 6.2 milhões de usuários, 80 mil a menos do que em 2004. Informações de Jason Deans, do Guardian [13/10/05], de Saul Hansell [The New York Times, 13/10/05] e da Economist [13/10/05].