Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Golpe militar leva censura à mídia nacional

O Conselho para Reforma Democrática sob a Monarquia Constitucional (CDRM), nova junta criada pelos militares para governar a Tailândia depois do golpe de Estado, divulgou normas de restrições à imprensa em um encontro com representantes da mídia nesta quinta-feira (21/9).


Segundo a junta, a mídia eletrônica está proibida de disseminar notícias e comentários considerados por ela como ameaças à segurança nacional e à monarquia. A junta também deu ao Ministério da Informação e Tecnologia da Informação o poder de censurar qualquer dado que questione ou prejudique a sua autoridade. O Ministério intimou todos os operadores de rádio, TV e internet a ‘procurar cooperar em cumprir a ordem’ de restringir, controlar, parar ou destruir informações que possam vir a afetar a monarquia constitucional.


O chefe inspetor da internet, Kriptong Rimcharonepak, pediu aos repórteres para não divulgarem artigos, informações ou comentários que infrinjam o conselho. ‘Eles podem apresentar comentários políticos em seus veículos, mas, se algo der errado, os responsáveis por estes veículos sevem sem responsabilizados’, alertou. Rimcharonepak informou ainda que a ordem teria efeito a partir desta sexta-feira (22/9). Entrevistas ao vivo em rádio e TV também estão proibidas, assim como comentários por telefone e mensagens enviadas por celular mostradas na televisão. ‘Se os veículos infringirem tais regras, serão fechados’, disse.


O Comitê para a Proteção dos Jornalistas [21/9/06] condenou as restrições à mídia. ‘O novo governo militar da Tailândia declarou que tem a intenção de retornar o poder às pessoas o mais rápido possível, e o primeiro passo significativo nesta direção é parar de interferir na mídia’, disse o diretor-executivo do CPJ, Joel Simon.


Mídia pressionada


Soldados e tanques mantiveram-se diante das seis emissoras de TV do país desde o golpe militar no dia 19/9, que retirou o primeiro-ministro Thaksin Shinawatra do poder e colocou o general Sonthi Boonyaratklin como líder interino. As freqüências de rádio e TV foram interrompidas durante a tomada de poder. Com informações da Reuters [21/9/06].