O grupo The New York Times Company anunciou esta semana que colocou à venda nove emissoras de televisão para se concentrar apenas em suas publicações impressas e negócios em plataformas digitais, noticia Katharine Q. Seelye [The New York Times, 13/9/06]. No ano passado, as estações de TV foram responsáveis por 4% dos rendimentos totais do grupo. A empresa afirmou que as estações de televisão são rentáveis e que elas devem registrar este ano valor aproximado de US$ 150 milhões em receita bruta e US$ 33 milhões em lucros.
O grupo, que não estimou um preço de venda da unidade de TV Broadcast Media Group, contratou a empresa Goldman Sachs & Company para consultoria. ‘Nós acreditamos que a venda nos permitirá apontar nosso foco para o desenvolvimento de nosso jornal e de nossos crescentes empreendimentos digitais, e a sinergia entre eles aumentará o valor de nossa empresa para os acionistas’, avaliou Janet L. Robinson, presidente e executiva-chefe do grupo.
Passo estratégico
De acordo com analistas, a venda parece ser um movimento positivo para o New York Times. Edward Atorino, analista de mídia da companhia de pesquisas Benchmark, observou que a ação tem senso estratégico porque a unidade de televisão não é grande o suficiente para afetar a performance da empresa em longo prazo. ‘Eles estão claramente interessados em expandir em atividades relacionadas à internet e ao seu principal negócio – que é o jornal –, e isto dará a eles capital para reinvestir nestas áreas’, afirmou.
Outros analistas, entretanto, disseram que a venda demonstra uma preocupação sobre a futura rentabilidade de estações locais em um momento difícil para as empresas de mídia, com anunciantes e consumidores migrando do impresso e da TV para a rede. ‘É um sinal interessante que mostra que os proprietários de emissoras estão preocupados com a saúde do setor a longo prazo’, comentou Michael B. Nathanson, analista de mídia da Sanford C. Bernstein & Company.