O governo chinês ordenou que o filme O Código Da Vinci fosse retirado dos cinemas de todo o país nesta sexta-feira (9/6), três semanas depois de seu lançamento – o que agradou a Igreja Católica na China. O filme, baseado no best seller de Dan Brown, vem sendo considerado por católicos ‘ofensivo’ à religião, pois conta a história de uma conspiração no Vaticano para encobrir o suposto casamento de Jesus Cristo e Maria Madalena. ‘Nós já tínhamos proibido os fiéis de assistirem ao filme’, informou Liu Bainian, vice-presidente da Associação Católica Patriota Chinesa.
No entanto, o governo afirmou que a proibição não ocorreu por motivos religiosos. Mesmo com a oposição da Igreja Católica, o filme foi lançado nos cinemas chineses no dia 17/5. Um funcionário da Administração Estatal para Rádio, Filme e Televisão, principal órgão censor da China, alegou que a atitude é considerada normal. ‘O filme já ficou em cartaz o tempo necessário’, explicou. O órgão estabeleceu um limite de filmes estrangeiros a serem exibidos na China entre os dias 10/6 e 10/7, para proteger a indústria cinematográfica nacional. Desde o seu lançamento, o Código arrecadou US$ 13 milhões no mercado chinês, tornando-se o terceiro filme estrangeiro com maior lucro na China – e no caminho de ocupar o primeiro lugar.
Weng Li, vice-gerente de distribuição e exibição da China Film Group Corporation (CFGC), distribuidora do filme no país, confirmou que a retirada das salas de cinema ocorreu para dar mais espaço às produções nacionais. ‘Foi apenas uma decisão comercial. Nenhum filme pode monopolizar o mercado por um ou dois meses, nem mesmo nos EUA’, informou ele. Curiosamente, outros dois filmes americanos – A Era do Gelo 2 e Poseidon – ainda continuam em cartaz. Informações da AFP [9/6/06] e da agência Xinhua [9/6/06].