Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornais discutem meios de sobrevivência

Editores e jornalistas de diários de mais de 60 países se reuniram na conferência anual da Associação Mundial de Jornais (WAN) em Atenas, na Grécia, para debater maneiras de se explorar a internet e táticas para atrair os leitores, que lêem cada vez menos jornais impressos.


A concorrência com a televisão, rádio e internet é grande. ‘Em todo o mundo, estamos enfrentando tempos muito difíceis para os jornais. Mas é uma oportunidade perfeita para os jornais mudarem e saírem desta situação’, afirmou Mike Smith, diretor-administrativo do Media Manegement Center da Universidade Northwestern, nos EUA. Smith observou que muitos jornais da América do Norte e do Sul estão usufruindo das potencialidades da rede para seduzir os leitores. O número de sítios de notícias é cada vez maior, o que significa que os jornais têm que lutar duro para atrair anunciantes.


Outro rival de peso para o papel é a televisão a cabo, argumentou Jerry Hill, diretor de circulação do jornal americano St Petersburg Times. O retorno para os anunciantes é maior, porque, ao contrário dos jornais – que podem dizer apenas quantos exemplares foram vendidos – a TV pode medir quantas pessoas assistiram a um determinado programa.


O desafio maior para os impressos, segundo o editor do Le Monde Eric le Boucher, é atrair pessoas cada vez mais cedo. ‘Os jovens de hoje não lêem os jornais de seus pais. Quem não começa a ler aos 20 anos, não vai mais começar’, observa. O encontro serviu também para se discutir as tendências dos jornais e as soluções que eles estão encontrando para tentar reconquistar os leitores. Uma destas tendências é a mudança de muitos jornais europeus para o formato tablóide, menor e mais fácil de ser lido no transporte público e de ser carregado nas mochilas dos jovens.


O diretor-geral da WAN, Eamonn Byrne, alegou que ainda há esperança para o papel, pois nenhuma invenção tecnológica foi capaz de reproduzir o fácil manuseio do jornal. ‘Não há nada mais visível, mais transportável, mais barato e mais fácil de usar como os jornais’, afirmou Byrne. Informações da AFP [20/11/05].