O Departamento de Jornalismo da Faculdade de Comunicação e Filosofia da Puc-SP declarou-se em estado de greve, na terça-feira (2/3). A decisão foi tomada em função do corte de contratos proposto pela vice-reitoria acadêmica que atingiu cerca de 125 horas letivas. O corte afeta 17 dos 36 professores do departamento.
O curso de Jornalismo é o terceiro mais procurado da universidade e não teve neste ano queda na procura. A vice-reitoria acadêmica informou que vem efetuando ajustes visando adequar as diversas unidades à Deliberação 65/78, que rege o contrato dos docentes.
A unanimidade dos professores rejeitou a medida, que, segundo nota publicada pelo Departamento, é autoritária, por ter sido anunciada nas férias; injusta, por exigir que os professores ganhem menos trabalhando o mesmo número de horas; ilegal, por desconsiderar uma norma contratual firmada em 1983; e antiacadêmica, por atacar a excelência do ensino oferecido pela instituição.
Em 1983, a Reitoria da Puc firmou um acordo com o Departamento por meio do qual, em função das exigências do Conselho Federal de Educação sobre a utilização de laboratórios no jornalismo, estipulou normas específicas para o curso, que agora são ignoradas.
Na semana passada, os professores reuniram-se com os alunos e expuseram a situação, explicitando o prejuízo acadêmico que as medidas propostas podem causar ao conjunto do curso. Os alunos mostraram-se receptivos às reivindicações, entendendo-as como justas. Porém, lembraram que a este problema com os professores somam-se uma série de precariedades do curso que não justificariam o alto preço das mensalidades. Nesse sentido os estudantes estão discutindo o pagamento das mensalidades em juízo até que as providências cabíveis sejam tomadas.
Na terça-feira, 9/3, os docentes reuriam-se novamente para avaliar a situação. Caso a vice-reitoria acadêmica insista no corte das horas dos professores, o encaminhamento é que seja decretada greve por tempo indeterminado.