O rádio-jornalista colombiano Rodrigo Callejas foi forçado a fugir de sua casa, na província ocidental de Tolima, após receber ameaças de morte de um suposto comandante guerrilheiro. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas apela hoje às autoridades colombianas para que providenciem a proteção necessária que permita a Callejas trabalhar sem medo de represálias.
Callejas, apresentador do programa diário Debate 5 na estação de rádio local Fresno Estéreo, disse ao CPJ que deixou Fresno, cidade a 142 da capital provincial de Ibagué, depois de receber dois telefonemas ameaçadores de um homem que se identificou como comandante de um subgrupo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), de esquerda. De acordo com Callejas, o autor da ligação o advertiu para ‘parar de mexer com seu pessoal’ se o jornalista não quisesse morrer. Mais tarde, o autor do telefonema disse a Callejas que ele havia sido seguido e que não deveria permitir que a polícia rastreasse sua ligação, informou o jornalista ao CPJ.
Callejas disse que nas semanas que precederam as ligações ele havia informado sobre atividades da guerrilha em Fresno. De acordo com o jornalista, ele informou sobre a extorsão de um empresário local pela guerrilha, o seqüestro e assassinato de um proprietário de terras local, e o julgamento de quatro combatentes da guerrilha.
Sete repórteres perseguidos
O jornalista disse que registrou uma queixa junto às autoridades locais e informou o Ministério do Interior, em Bogotá, que lhe passou um número telefônico para emergências. Como medida preventiva, Callejas disse ao CPJ que decidiu apresentar o programa Debate 5 por telefone, de fora de Fresno, até ter certeza de que seu retorno seria seguro.
‘Nós estamos alarmados pelas ameaças contra Rodrigo Callejas’ disse Joel Simon, diretor-executivo do CPJ. ‘Apelamos às autoridades colombianas para que conduzam uma pronta e completa investigação, detenham os responsáveis pelas ameaças e providenciem imediatamente a necessária proteção para que Callejas possa retornar a Fresno e continuar com seu trabalho.’
Em março, Germán Hernández, editor do jornal El Diario del Huila, sediado em Neiva, fugiu de sua cidade após receber ameaças anônimas. No mesmo mês, Darío Arizmendi, diretor sediado em Bogotá do programa Hoy por Hoy, transmitido nacionalmente pela Caracol Radio, fugiu da Colômbia após tomar conhecimento de um suposto plano para matá-lo. As pesquisas do CPJ demonstram que pelo menos sete repórteres do interior fugiram de suas casas em 2006, depois de receberem ameaças de morte. Embora os jornalistas em Bogotá e outros grandes centros urbanos trabalhem com mais liberdade que seus colegas nas províncias, eles também enfrentam pressões e intimidações, segundo a análise do CPJ. [Nova York, 25 de maio de 2007]
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O CPJ é uma organização independente, sem fins lucrativos, sediada em Nova York, que se dedica a defender a liberdade de imprensa em todo o mundo