Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Jornalista ameaçado de morte recebe ultimato

Nova York, 5 de julho de 2006 – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) está preocupado com a ameaça de morte contra um jornalista colombiano que entrevistou pessoas acusadas de narcotráfico que aguardam extradição para os Estados Unidos.

O renomado radialista Herbin Hoyos Medina disse ao CPJ que recebeu uma mensagem eletrônica que o advertia que, se não saísse da Colômbia em três dias, enfrentaria ‘conseqüências sem precedentes para seus filhos e família’ (‘repercusiones sin precedentes para sus hijos y família’). Hoyos permanece na Colômbia, mas disse estar considerando a possibilidade de abandonar o país. ‘Nos inquieta esta ameaça contra Herbin Hoyos’, disse o diretor-executivo do CPJ, Joel Simon. ‘As autoridades devem investigá-la prontamente e encontrar os responsáveis’.

Hoyos saiu da Colômbia durante períodos curtos, entre 1998 e 2000, depois de receber ameaças de grupos guerrilheiros após informar sobre seqüestros. Desde 2002 tem escolta permanente da polícia.

Em 1º de julho, durante seu programa semanal na Caracol Radio, em Bogotá, Hoyos levou ao ar entrevistas com internos da penitenciária de segurança máxima de Cómbita, em Boyacá, que aguardam a extradição para os Estados Unidos por narcotráfico.

Cinco casos

Na noite do dia 1º, uma mensagem ameaçadora foi colocada em sua página web (lasvocesdelsecuestro.com). O texto, assinado por um grupo desconhecido chamado ‘Frente de Ação e Justiça pela Liberdade e Democracia’ (‘Frente de Acción y Justicia por la Libertad y la Democracia’), acusou Hoyos de proteger delinqüentes que mancham a imagem da Colômbia. Hoyos denunciou a ameaça à Procuradoria-Geral.

Segundo informes da imprensa local, os entrevistados por Hoyos afirmaram que não eram chefões do narcotráfico e acusaram a DEA, organismo antidrogas norte-americano, e as autoridades colombianas de terem ‘armado para eles’ com as solicitações de extradição.

Desde o início do ano, o CPJ documentou cinco casos de jornalistas colombianos que se viram obrigados a abandonar suas residências devido a ameaças e intimidações. Ainda que jornalistas de Bagdá e de outros grandes centros urbanos trabalhem com maior liberdade que seus colegas do interior do país, também enfrentam pressões e intimidações, segundo dados do CPJ.

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O CPJ é uma organização independente, sem fins lucrativos, sediada em Nova York, que trabalha para salvaguardar a liberdade de imprensa em todo o mundo.