Tuesday, 24 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Jornalista de rádio é assassinado em San Pedro Sula

Pistoleiros mataram o jornalista hondurenho Rafael Munguía Ortiz na noite de terça-feira (01/4) na cidade de San Pedro Sula, no norte do país, segundo informações da imprensa. As autoridades de Honduras devem investigar seu assassinato imediatamente e levar à justiça todos os responsáveis, destacou hoje o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).


Por volta das 18h00 de terça-feira, indivíduos armados não identificados, em um carro verde, dispararam contra Munguía, correspondente local para a emissora nacional Radio Cadena Voces (RCV), em uma rua do bairro de Medina, em San Pedro Sula, 173 quilômetros a noroeste da capital do país, Tegucigalpa, segundo matérias veiculadas pela imprensa e entrevistas realizadas pelo CPJ. Eric Peñalva, porta-voz da Direção Geral de Investigações Criminais (DGIC), disse ao CPJ que Munguía morreu imediatamente após ser atingido por sete tiros disparados por uma arma de 9mm.


Munguía, de 52 anos, possuía uma longa trajetória como jornalista em San Pedro Sula e havia trabalhado durante mais de dois anos para a RCV, contou ao CPJ sua colega Melissa Amaya. Recentemente, ele havia feito coberturas sobre violência e crime organizado, acrescentou Amaya.


Supostas ameaças


‘Estamos entristecidos pela morte de Rafael Munguía Ortiz e enviamos nossas condolências à família, colegas e amigos’, afirmou Robert Mahoney, subdiretor do CPJ. ‘A RCV já perdeu um de seus repórteres em represália por suas matérias investigativas. Instamos as autoridades de Honduras a investigar o assassinato de Munguía e a levar os responsáveis à justiça o mais rápido possível.’


Em outubro de 2007, Carlos Salgado, apresentador do programa Frijol el Terrible na RCV, foi morto a tiros quando deixava os estúdios da emissora em Tegucigalpa. Seus colegas e o comissário nacional de Proteção dos Direitos Humanos de Honduras, Ramón Custodio López, disseram ao CPJ que acreditavam que o assassinato de Salgado ocorreu em represália por seu trabalho investigativo sobre corrupção oficial. Segundo Amaya, nenhuma prisão ocorreu.


Peñalva ressaltou que os investigadores estão analisando supostas ameaças contra o repórter. Amaya informou que não tinha conhecimento de qualquer perseguição contra seu colega. Peñalva esclareceu que a polícia está investigando vários motivos, mas já descartou a possibilidade de roubo. [Nova York, 1º de abril de 2009]

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CPJ é uma organização independente, sem fins lucrativos, sediada em Nova York, e se dedica a defender a liberdade de imprensa em todo o mundo