Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Jornalista do NYT luta há três anos contra intimação

O repórter do New York Times James Risen enfrenta, há três anos, pressão de autoridades americanas para revelar as fontes usadas em um livro escrito por ele sobre a CIA, lançado em 2006. Em 2008, Risen foi intimado a fornecer evidências contra o ex-agente da CIA Jeffrey Sterling, que teria, supostamente, vazado informações confidenciais.

O jornalista recebeu a intimação depois de publicar o livro State of war: The secret history of the CIA and the Bush administration (Estado de guerra: a história secreta da CIA e da administração Bush, em português). Risen apelou, e a intimação expirou em 2009, mas, sob o governo do presidente Barack Obama, foi renovada no ano passado.

Passe livre

A juíza da corte distrital Leonie Brinkema havia anulado a intimação por duas vezes. Em agosto último, ela alegou que “uma intimação para um julgamento criminal não é um passe livre para o governo roubar o notebook de um repórter”. No mês passado, Risen escreveu uma resposta detalhada à intimação, descrevendo suas razões para se recusar a revelar suas fontes, o impacto público de seu trabalho e suas experiências com a administração Bush.

A decisão do governo Obama de renovar a intimação foi amplamente criticada. Para o advogado e colunista político Glenn Greenwald, “poucas ações são mais efetivas para criar o clima de medo – que impede investigações e impede o exercício dos direitos básicos – do que abrir uma ação contra pessoas que desafiam e enfraquecem a agenda do governo”. Em declaração, a organização Repórter Sem Fronteiras disse que “forçar Risen a testemunhar é uma tentativa de amordaçar cada jornalista que possa publicar informação vazada. É uma tentativa de decidir o que deve ou não estar na imprensa”.

Com informações de Roy Greenslade [The Guardian, 25/10/11].