Repórteres sem Fronteiras denuncia as ameaças de que foi vítima a editorialista e proprietária do semanário Primeira Página, Sandra Miranda de Oliveira Silva, após a publicação de reportagens sobre a corrupção na administração do estado de Tocantins.
‘Ficamos particularmente chocados com este novo ataque à liberdade de imprensa no Brasil porque parece emanar de um alto funcionário do Estado. Esperamos que isso não impeça a abertura de rigoroso inquérito ‘, declarou Repórteres sem Fronteiras.
No dia 30 de agosto de 2005, quando de uma cerimônia oficial, Marcelo Miranda, governador de Tocantins, interpelou José Valdemir Miranda, irmão de Sandra Miranda de Oliveira Silva, jornalista ele também. O governador o teria chamado para um canto e ameaçado : ‘Não permitirei mais a publicação de informações que constituam ataque à minha família. Se as medidas judiciais não tiverem o efeito desejado, tomarei outras disposições’.
Em correio enviado a Repórteres sem Fronteiras no dia 15 de setembro, a jornalista também lembrou o incêndio criminoso em seu domicílio, no dia 17 de maio de 2005. Os culpados por esse incêndio ainda não foram devidamente identificados. Além disso, afirma que o marido, Reynaldo Soares de Oliveira Silva, já foi seguido por uma camionete suspeita quando passeava por perto de sua casa.
Segundo a jornalista, essas agressões seriam reação contra a linha editorial independente de Primeira Página e a publicação regular, em suas páginas, de reportagens com críticas à administração de Marcelo Miranda. Em correio endereçado a esta Associação, a jornalista se refere principalmente a certos títulos de artigos muito expressivos : ‘Governador e sua mulher teriam parentes fantasmas ‘ (semana de 6 a 12 de dezembro de 2004) ou ‘Fantasmas tornam possível aumento de salário do governo de Tocantins ‘ (semana de 29 de novembro e 5 de dezembro de 2004).
Sandra Miranda de Oliveira Silva deu queixa contra Marcelo Miranda.