Monday, 16 de September de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1305

Jornalista preso está em greve de fome

O Comitê para a Proteção dos Jornalistas está preocupado com a saúde do jornalista cubano preso Juan Carlos Herrera Acosta, que está em greve de fome há 12 dias, pleiteando melhores condições de prisão.

Herrera Acosta, que está detido na Prisão Provincial de Holguín, apresenta febre alta, hipoglicemia e baixa pressão arterial, segundo informou Melba Santana Ariz, esposa do prisioneiro de consciência Alfredo Domingo Batista. Santana Ariz disse ao CPJ que esteve no presídio ontem (29/07), mas as autoridades não permitiram que ela visitasse o jornalista. No entanto, Herrera Acosta conseguiu contrabandear uma nota para ela detalhando suas condições. Em sua nota, Acosta disse que as autoridades prisionais lhe têm negado cuidados médicos, informou ao CPJ Santana Ariz.

O jornalista começou uma greve de fome em 18 de julho, de acordo com as entrevistas realizadas pelo CPJ e matérias da imprensa internacional. Ele disse a Santana Ariz um dia antes, durante um telefonema, que pedia melhor alimentação, acesso a medicamentos, assistência religiosa, direito de falar por mais tempo com familiares pelo telefone e a transferência para um presídio em sua província natal, Guantánamo. Desde então, Acosta se recusou a receber comida ou água, disse Santana Ariz.

Problemas de saúde

‘Nós responsabilizamos as autoridades cubanas pelo bem-estar de Juan Carlos Herrera Acosta’, disse Carlos Lauría, coordenador sênior do Programa das Américas do CPJ. ‘As autoridades cubanas devem libertar de imediato Herrera Acosta e os outros 21 jornalistas que, para começar, nem mesmo deveriam ter sido presos.’

Em 21 de julho, Herrera Acosta decidiu costurar seus lábios intensificando seu protesto, disse ao CPJ a repórter Caridad Caballero, baseada em Holguín. De acordo com Santana Ariz, o repórter ainda possui os pontos, que começaram a infeccionar.

Herrera Acosta, repórter da agência independente de notícias Agencia de Prensa Libre Oriental, foi preso durante uma investida maciça contra a dissidência e a imprensa independente cubanas em março de 2003. Foi condenado a uma pena de 20 anos de prisão sob a Lei 88 para a Proteção da Independência Nacional e a Economia de Cuba. Herrera Acosta é cardíaco e tem pressão arterial alta, entre outros problemas de saúde, segundo disse ao CPJ sua esposa, Oleana Danger Hardy, em 2007.

Um total de 22 jornalistas permanece na prisão em Cuba, o segundo país do mundo com maior quantidade de jornalistas detidos, atrás apenas da China. Deste total, 20 foram detidos em 2003. [Nova York, 30 de julho de 2008]

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O CPJ é uma organização independente, sem fins lucrativos, sediada em Nova York, que se dedica a defender a liberdade de imprensa em todo o mundo