O jornalista iraniano Akbar Ganji será laureado com o Golden Pen of Freedom de 2006, prêmio anual entregue pela Associação Mundial de Jornais a profissionais que lutam pela liberdade de imprensa. Preso em 2000, Ganji cumpre pena de seis anos, acusado de agir contra a segurança nacional, divulgar propaganda contra o sistema islâmico e insultar personalidades religiosas.
O jornalista é autor do livro Masmorra de Fantasmas, no qual sugere que o ex-presidente iraniano Akbar Hashemi Rafsanjani e outras figuras de destaque político no país tiveram relação com o assassinato de cinco escritores e intelectuais dissidentes do regime em 1998. Acredita-se que o livro tenha contribuído para a derrota dos conservadores nas eleições parlamentares de 2000.
Ganji passou por dois longos períodos de greve de fome e chegou a ser internado. À sua mulher, que conseguiu visitá-lo poucas vezes, o jornalista contou que teria sido espancado no hospital porque se recusou a se desculpar por ter escrito o livro Manifesto Republicano e a prometer que não daria entrevistas quando fosse libertado. Em uma carta recente, Ganji escreveu que, se para aprender sua lição é preciso renegar suas opiniões, então ela nunca será aprendida.
A premiação será apresentada em junho de 2006 no Congresso da Associação em Moscou. Ganji foi escolhido para receber o prêmio por sua defesa e promoção da liberdade de imprensa. ‘Akbar Ganji luta pela liberdade de expressão no Irã e seus esforços são assistidos pelo resto do mundo. Sua extraordinária resistência à repressão e sua constante recusa em ser silenciado, a um grande custo pessoal, são uma inspiração para jornalistas em qualquer lugar’, declarou o conselho da Associação, que representa 18 mil jornais em todo o mundo e concede o prêmio desde 1961. Informações da World Association of Newspapers [15/11/05].