Jornalistas iraquianos assassinados durante os quatro anos de conflito no país foram homenageados em Bagdá, na semana passada. Seus familiares receberam doações em dinheiro – em um total de US$ 38 mil do governo iraquiano e US$ 33 mil da Federação Internacional dos Jornalistas. Desde o início da guerra, em março de 2003, 76 jornalistas iraquianos foram mortos e, desde 2004, 12 foram seqüestrados, segundo dados do Comitê para a Proteção dos Jornalistas.
O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, aproveitou a ocasião para defender as restrições do governo a alguns veículos de comunicação que não ‘aderem a regras éticas’. ‘O governo, para proteger a nação e defender os interesses do povo, foi forçado a tomar medidas limitadas contra um número de empresas de mídia, que têm uma cobertura tendenciosa e provocadora que espalha a violência’, dizia uma declaração em nome do primeiro-ministro, lida por seu assessor no dia do evento. ‘E estas medidas não podem ser vistas como se fossem contra a liberdade de expressão. Se algum país estivesse sujeito ao que o Iraque sofre por causa de terroristas, ele tomaria medidas punitivas severas contra a mídia’.
Censura
Há dois anos, o governo de al-Maliki expulsou a rede de TV al-Jazira do território iraquiano, alegando que ela ajuda a ‘espalhar morte e destruição’ com sua cobertura. Em janeiro, ele ordenou o fechamento do Sharkiya, canal bastante popular no Iraque, com sede em Dubai; em novembro, dois canais locais foram retirados brevemente do ar. Em setembro de 2006, a maior rival da al-Jazira, a al-Arabiya, foi forçada a fechar seu escritório em Bagdá por um mês. Emissoras locais, a maioria controlada por partidos políticos ou facções religiosas, também foram fechadas por incitar o sectarismo ou a violência. Na semana passada, um canal de TV por satélite com sede em Bagdá, do maior partido sunita do país, saiu brevemente do ar depois que um caminhão-bomba explodiu nos arredores do local, matando uma pessoa e ferindo três. Informações da Reuters [6/4/07].