Militantes do Talibã ligados à al-Qaeda seqüestraram dois jornalistas paquistaneses acusados de espionar os membros do grupo na fronteira com o Afeganistão. O repórter freelancer Pir Zubair Shah e o fotógrafo Akhtar Soomro foram capturados no vilarejo de Ziarat, na região de Mohmand, na quinta-feira (3/7). Um porta-voz do Talibã paquistanês declarou que os profissionais foram ‘detidos’ por fotografar, escondidos, membros e locais do grupo.
Estes militantes controlam pedaços do território ao noroeste do Paquistão próximo à fronteira afegã, em regiões habitadas pela etnia pashtun. Antes dos ataques de 11 de setembro de 2001, as regiões tribais viviam praticamente isoladas e raramente forças de segurança entravam em suas áreas. Depois dos atentados nos EUA, a pressão de Washington para desmantelar grupos de militantes levou o governo paquistanês a tentar ampliar seu poder na fronteira – plano prejudicado pelo fracasso de diversas ofensivas militares e tentativas de acordos de paz.
De acordo com um membro do governo paquistanês, negociadores tentam libertar os dois jornalistas. ‘Estamos fazendo o melhor que podemos. Enviamos uma delegação de líderes tribais para [conversar com] os seqüestradores e libertá-los’, afirmou o oficial, que não quis se identificar. Diversos jornalistas que cobriam os conflitos da região já foram mortos. O governo não permite a entrada de repórteres estrangeiros nas áreas tribais, a não ser em raras ocasiões, acompanhados de militares. Informações de Shams Mohmand e Kamran Haider [Reuters, 4/7/08].