Ao longo dos últimos anos, o americano Wall Street Journal, como muitos outros jornais, foi se expandindo e criando novas seções – até uma edição adicional de sábado surgiu. Agora, com os desafios tecnológicos e econômicos enfrentados pela indústria jornalística, o Journal está prestes a ‘encolher’, noticia Katharine Q. Seelye [The New York Times, 4/12/06].
A partir do dia 2/1, o diário, o segundo mais vendido nos EUA, vai diminuir de tamanho para o padrão standard, reduzindo em 10% o espaço dedicado a notícias. A mudança preocupou alguns funcionários editoriais, mas executivos alegam que a redução representará uma economia de milhões de dólares e que, ao contrário do que se imagina, o novo Journal oferecerá ainda mais informações.
Com o novo design, a coluna de notícias publicada no lado esquerdo da primeira página desaparecerá – deixando ainda mais importante o sumário das colunas. A primeira página terá anúncios publicitários, e por isso deixará espaço apenas para três ou quatro artigos. Alguns repórteres estão preocupados que menos espaço para notícias na primeira página afete a qualidade do jornal. Por isso, para compensar, o Journal terá mais páginas – aumentando de 54 para 58.
Redução de custos
L. Gordon Crovitz, publisher do Journal e vice-presidente-executivo da Dow Jones, proprietária do diário, informou que as mudanças têm a intenção de ajudar os leitores a ler as notícias de modo mais rápido. Segundo ele, a edição impressa oferecerá mais matérias aprofundadas, enquanto o sítio trará mais notícias de última hora. ‘Nossa ambição é ser o primeiro jornal que pensa em como as pessoas consomem as notícias’, disse.
Ainda assim, as mudanças foram motivadas, principalmente, por fatores econômicos. Além de economizar com custos gráficos e de papel, a iniciativa faz parte de um esforço para aumentar os lucros. Como a maior parte dos grandes jornais, a circulação do Journal está caindo. No semestre que terminou em setembro, o público de 2,04 milhões, correspondente às edições impressa e online, caiu quase 2% comparado ao mesmo período do ano passado. Ao contrário da maior parte dos grandes jornais, no entanto, o lucro com publicidade do jornal subiu este ano. Mesmo assim, o diário está reduzindo custos e fechou seus escritórios no Canadá no final do mês passado.