Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Libé em greve por corte de empregos

Os funcionários do diário francês Libération entraram em greve no início da semana para protestar contra um plano de corte de 52 postos de trabalho. O sítio do jornal também parou com as atualizações de notícias. Na página principal, apenas um comunicado, datado de terça-feira (22/11), anunciando que o jornal está ‘en grève’.


Fundado em 1973 por notáveis como Jean-Paul Sartre e ainda bandeira da esquerda francesa, o Libé tem perdido cerca de US$ 580 mil por mês e viu sua circulação despencar 12% no último ano para 135 mil exemplares diários.


No projeto de ‘corte de 15% dos postos efetivos do diário’, 14 cargos seriam terceirizados e os outros 38 seriam simplesmente eliminados. Na redação, 28 empregos seriam cortados.


No começo do ano, o jornal aceitou uma injeção de US$ 24 milhões do banqueiro Edouard de Rothschild, que agora é proprietário de 38,8% do capital da companhia. Jornalistas envolvidos na greve suspeitam que os cortes de empregos tenham sido instigados por ele.


Saídas para a crise


Não é só o Libé que passa por maus bocados. A imprensa francesa em geral está em crise, com a queda da circulação e da receita publicitária nos últimos anos. Le Monde e Le Figaro estrearam há pouco tempo novas fórmulas para tentar conquistar os leitores.


O próprio Libé havia anunciado em outubro seus planos de reforma para dar maior destaque à versão online e concentrar reflexões e análises mais profundas na edição impressa. Pelos planos, as redações do impresso e do sítio seriam unidas, num conceito chamado pelo jornal de ‘bimídia’. O diário ainda promete uma reforma gráfica para o início do ano que vem. Informações de Jon Henley [The Guardian, 22/11/05] e El País [22/11/05].