Estamos indignados com a submissão dos órgãos de imprensa de Minas Gerais ao governo do estado. Os profissionais de imprensa estão coagidos, intimidados e ameaçados no exercício de sua profissão, pois são impedidos de publicar qualquer matéria que possa ser contrária aos interesses políticos do governador Aécio Neves. A liberdade de informar com independência, isenção e imparcialidade foi banida sem nenhum pudor ético e moral, e o contraditório foi suprimido sem constrangimento algum pelos donos dos órgãos de mídia, pois toda matéria passa por avaliação para cortar o que seja prejudicial à vontade governamental.
A ética que deveria ser o instrumento mais poderoso para construção da cidadania pelo direito à informação foi violada e subjugada por interesses econômicos e políticos, atendendo a projetos de poder que alcançaram um grau de importância que se colocaram acima do dever de produzir informação no Estado Democrático de Direito. O sentimento de revolta se instalou, mas infelizmente é notável o medo de perder o emprego entre os jornalistas mineiros, e alguns mais sequiosos pela bajulação e descompromissados com seu trabalho até se servem de instrumentos para traficar influência e apontar os que ousam discordar e se insurgem contra a situação.
Em 2003, a Associação que congrega Policiais e Bombeiros Militares em Minas (Aspra/PMBM) denunciou esta ditadura da informação e a censura branca estabelecida, mas a situação fica cada vez mais grave, pois se até o jornalista Kajuru foi vitima do governo de Minas o que dirá um jornalista do jornal Estado de Minas.
Sem interferência
Encaminho-lhes pois, esta denúncia para que possamos rediscutir o papel e a função da imprensa na democracia e na formação da cidadania e para que outros organismos tomem medidas e conhecimento para que o direito à informação seja um instrumento de libertação e politização, e não de alienação e dominação ideológica e política.
Não somos ou fazemos parte de qualquer partido político, o que nos move é o desejo de colaborar para que o cidadão tenha pelo menos o direito de formar livremente suas convicções e opiniões sem qualquer interferência ou podendo ouvir com liberdade opiniões divergentes e a verdade sobre todos os fatos e acontecimentos da vida em sociedade.
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Sargento PM, Belo Horizonte, presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos, Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais