O repórter José Roberto Alencar morreu na noite de terça-feira (12/6), no Hospital Nove de Julho, em São Paulo.
Ele sofreu um aneurisma da aorta abdominal e foi submetido a uma operação no dia 23 de abril. Em 1º de junho, quando se recuperava em Poços de Caldas, sofreu uma hemorragia grave e foi internado novamente na UTI do Nove de Julho. Deu sinais de melhora na quinta-feira (7/6) e os médicos o transferiram para a Unidade de Tratamento Semi-Intensivo, mas na terça seu quadro se agravou abruptamente e ele faleceu por volta das 22 horas.
Quando da primeira internação, Zé Alencar escreveu uma mensagem para os amigos, quase se ‘desculpando’ pelo aborrecimento. Era um grande contador de histórias, um repórter detalhista que sempre centrava seu trabalho nos personagens Parte de suas histórias está em seus livros Sorte e Arte e Muita Sorte & Pouco Juízo [ver, neste Observatório, ‘Sobre a sorte e o juízo‘ e ‘Inspiração para focas e veteranos‘]. Outras estão na memória de quem as leu e teve o privilégio de ouvir de sua própria boca.
Eis a a mensagem em que Zé Alencar comunica a cirurgia:
‘Para não provocar preocupações (infelizmente inúteis) em quem gosta de mim, nem alegrias (que se revelariam precipitadas) em quem não gosta, não falei com ninguém da cirurgia.
Claro que os mais xeretas descobriram. Agora, de volta à vida, espalho – até por necessidade de explicar meu sumiço real e virtual desde o dia 23 de abril.
A caca se chamava aneurisma da aorta abdominal. Onde podia ter no máximo quatro centímetros de diâmetro, a abdominável aorta estava com oito e ameaçava explodir.
Foram cinco horas e meia no Centro Cirúrgico do Nove de Julho em São Paulo, seguidos de dois dias na UTI, sete na Ala e outros tantos na casa da minha prima em São Paulo.
Ainda dói, ainda apelo para o Oxigênio, ainda não consigo trabalhar, mas ao menos já estou de novo em Casa, em Poços de Caldas, e na próxima sexta pretendo estar na USP, cumprindo minha pauta ao lado do Marcelo Beraba, no Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo.
Desculpem o mau jeito.
zé alencar’