A maioria dos jornalistas e parte dos funcionários administrativos da Editora Três continuam em greve na segunda-feira (5/3). Todas as redações estão paradas. Os salários ainda não foram pagos e a diretoria da Três ainda não se manifestou oficialmente sobre a venda da empresa, o que provoca mais insegurança nos funcionários.
Uma manifestação foi feita na porta da Editora hoje durante a tarde e outra será realizada na terça-feira (6/3). O presidente do SJSP, José Augusto Camargo e o diretor da FENAJ Amilton Vieira estão acompanhando todo o processo na Três.
Diante de tanta incerteza, o Sindicato – com a aprovação dos jornalistas – divulga a seguinte nota sobre a situação precária da Editora Três:
Nota de esclarecimento
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo vem a público esclarecer que a atual mobilização dos jornalistas da Editora Três teve início em agosto de 2006. A situação, à época, já havia atingido tal grau de deterioração nas relações trabalhistas, com atrasos salariais que atingiam todos os setores da empresa, exigindo assim a organização e a presença constante do Sindicato junto aos seus representados.
Durante estes meses foram realizadas assembléias, reuniões, protestos, paralisações localizadas e dezenas de documentos foram trocados entre os jornalistas e a diretoria da Três na busca da melhor solução. No entanto, como todas as iniciativas não lograram efeito e a situação acabou se agravando, o recurso que resta aos trabalhadores é o da greve, justa e amparada nos preceitos legais.
No momento, com a provável venda da editora ao grupo Opportunity – o que pode significar um breve alívio financeiro – surgem outras perguntas que precisam ser devidamente respondidas. Todos os títulos da Editora serão mantidos? Os atuais profissionais serão substituídos? Como, e por quem, serão honrados os passivos trabalhistas?
Estas informações precisam ser prestadas aos trabalhadores, pois não estamos tratando apenas de cifras e cláusulas jurídicas, mas sim da vida de centenas de trabalhadores e de suas famílias. Por isso, os Sindicatos manterão a atual mobilização, utilizando os recursos cabíveis para, junto aos trabalhadores da Editora Três, buscar a melhor resolução possível para este verdadeiro drama social. [São Paulo, 5 de março de 2007]