Bom dia aos colegas da mesa, a todos e a todas!
Considero central no debate que estabelecemos hoje definir o que é jornalismo. Entendemos que é uma atividade profissional de mediação, resultado de uma organização que se dedica precisamente a interpretar a realidade social e mediar o mundo do cotidiano e as notícias. Nesse sentido, é uma função cuja obrigatoriedade de formação superior em Jornalismo é imprescindível.
Nas práticas diárias, os jornalistas desempenham operações, que são centrais para uma sociedade democrática. Eles contribuem para a construção da realidade social e produção de conhecimento. Dentro desse contexto, o jornalismo é básico como uma forma de conhecimento para cidadãos e cidadãs.
Mas, como o jornalismo intervém na construção social da realidade, que forma de conhecimento é? Que tipo de conhecimento produz? Não pretendemos, nessa breve fala, dar uma resposta definitiva a essas questões. O que sugerimos são algumas considerações para reflexão sobre o que esses temas propõem.
Que tipo de conhecimento?
Comecemos pelo jornalismo como um dos lugares de construção social da realidade. O processo de produção da notícia é extremamente complexo e envolve a captação/elaboração/redação/edição, uma audiência interativa. Envolve momentos de contextualização e descontextualização dos fatos. É resultado da cultura profissional, da organização do trabalho, dos processos produtivos, dos códigos particulares (as regras de redação), da língua e das regras do campo das linguagens e das práticas jornalísticas.
Os jornalistas, ao cobrir os acontecimentos, refratam a realidade. Ou seja, eles têm ‘óculos’ especiais a partir dos quais vêem certas coisas e não outras: eles operam uma seleção e uma construção do que é selecionado. Tomemos como exemplos os telejornais. Eles utilizam ângulos determinados na produção das reportagens com enquadramentos que buscam conferir significados sociais às relações espaciais. Uma imagem mais próxima procura enfatizar aspectos mais dramáticos da matéria, ocorrendo o contrário quando a imagem é mais geral, o que procura transmitir uma espécie de reprodução da realidade, como se esta estivesse sendo mostrada de uma forma objetiva tal como é, produzindo um efeito de real.
Ou seja, nas práticas diárias os jornalistas vão construindo o que podemos denominar do mundo do jornalismo. São enquadramentos, olhares que vão construindo a realidade social.
Se o jornalismo não se restringe simplesmente a apresentar, relatar e descrever fatos, mas pode contribuir para esclarecer e orientar o homem na contemporaneidade, é possível afirmar-se que o jornalismo é uma forma de conhecimento social, produz conhecimento. A questão que se coloca é: que tipo de conhecimento?
Um mundo fragmentado
Um dos primeiros pesquisadores a trabalhar essa perspectiva foi o jornalista, e depois sociólogo, Robert Park, da Escola de Chicago, dos Estados Unidos. Com base no pensador William James, um dos principais representantes do pragmatismo, movimento filosófico que exerceu profunda influência no pensamento americano durante parte do século 20, existem dois tipos fundamentais de conhecimento: o conhecimento de e o conhecimento acerca de.
Grosso modo, o autor explica que o conhecimento de é uma espécie de conhecimento que adquirimos no curso dos nossos encontros pessoais e de primeira mão do mundo que nos rodeia. Já o conhecimento acerca de é formal. É o conhecimento que atingiu um certo grau de precisão e exatidão, substituindo a realidade concreta por idéias e as coisas por palavras.
Consideramos que as notícias produzidas nas empresas de comunicação são relevantes para as audiências porque contribuem para entender o cotidiano, cada vez mais complexo e de difícil acesso, bem como supõem efeitos concretos em relação com a percepção que elas estabelecem entre os temas da agenda e a construção do espaço público. A informação jornalística funciona, então, como uma ferramenta para a inserção na socialização cotidiana.
É nesse sentido que entendemos que o conhecimento e a produção de conhecimento no jornalismo têm como preocupação a redução da complexidade nas sociedades contemporâneas.
Quando nos referimos a complexidade, não estamos tratando das teorias da complexidade e nem do pensamento complexo defendido por alguns autores, mas da origem etimológica da palavra do latim complexus; ou seja, algo confuso, complicado. Estamos nos referindo a um mundo fragmentado, no qual não há mais valores em comum, no qual a velocidade do crescimento populacional, da migração, do crescimento desordenado das cidades e da economia de mercado contribuem para desorientação de homens e mulheres na modernidade.
União dialética com a prática
Acreditamos que o jornalismo desempenha um papel-chave na orientação moderna de sentido, na comunicação de sentido. Os meios de comunicação selecionam, organizam (empacotam), transformam, na maioria das vezes, no curso desse processo, e decidem sobre a forma da sua difusão.
Entendemos que essa atividade de informação, esclarecimento e explicação sobre o mundo que nos cerca é o que denominamos de redução da complexidade. O jornalismo, ao interpretar a realidade social, contribuiria para tornar o mundo mais compreensível para homens e mulheres. No entanto, não podemos ser ingênuos em acreditar que essa seja a preocupação da maioria das empresas jornalísticas que trabalham dentro da lógica moderna.
No entanto, isso não impede que reportagens veiculadas nos telejornais possam ter essa preocupação. Não compartilhamos da perspectiva conspiratória de que os jornais televisivos só reforçam o status quo. Com certeza, têm um forte papel nesse sentido, mas defender uma onipotência do jornalismo que dominaria corações e mentes é, no nosso entendimento, reduzir o lugar de conflito e tensional do campo jornalístico, bem como subestimar a audiência ativa que significa e ‘ressignifica’ os conteúdos apresentados – e não é uma caixa vazia.
Nessa perspectiva, consideramos que a redução da complexidade tem como referência o cotidiano. Apropriando-nos de Paulo Freire, acreditamos que ‘o contexto teórico do conhecimento do jornalismo é o contexto da práxis’. O jornalismo precisa ‘molhar-se’ pela realidade. Ou seja, não há contexto teórico verdadeiro a não ser na união dialética com a prática, com o contexto concreto.
A qualidade da informação
No contexto teórico buscamos ‘tomar distância’ dos fatos; no prático, no concreto, somos sujeitos e objetos em relação ao objeto. Nas práticas diárias de produção da notícia, é esse procedimento que os jornalistas adotam o tempo todo, muitas vezes de forma inconsciente.
No ‘contexto teórico’ de elaboração da informação, o repórter e/ou o redator assumem o papel de sujeitos cognoscentes da relação sujeito-objeto, que se dá no contexto concreto para, voltando a este, melhor atuar como sujeitos em relação ao objeto. Consideramos que essa relação teoria/prática faz parte do método de apuração de uma matéria, de edição e de apresentação. O método jornalístico tem que ser trabalhado com rigor.
É por isso que nas suas práticas diárias no processo de redução da complexidade a preocupação, buscar um jornalismo crítico deve ser uma preocupação constante dos jornalistas. No processo de produção da notícia, as informações essenciais não podem ser suprimidas. As notícias devem trazer detalhes básicos para que possam ser compreendidas. As várias faces de um acontecimento devem ser apresentadas.
Na construção da notícia, é preciso estar sempre atento para que aspectos da realidade não sejam ocultados nem silenciados Os textos têm que buscar uma objetividade possível, tomando-se cuidado em não alterar textos e documentos. A investigação é da essência do jornalismo porque diminui a possibilidade do erro e do equívoco. Caso isso ocorra, ainda dentro das práticas jornalísticas, faz-se necessário retificar a informação publicada que se revela inexata.
No entanto, uma das tarefas centrais do rigor do método, do conhecimento do jornalismo, é evitar a ambigüidade na informação. Outro aspecto importante no atual processo de produção da notícia é sob a ditadura da audiência, da concorrência, precarizar a qualidade da informação noticiosa.
A função exotérica
Recorrendo mais uma vez a Paulo Freire, enfatizamos que é importante nas práticas sociais do jornalismo – precisamos ir além da mera captação dos fatos buscando não só a interdependência entre eles, mas também o que há entre as parcialidades constitutivas da totalidade de cada um. Nesse sentido, o jornalismo necessita estabelecer uma vigilância constante sobre a sua própria atividade.
É dentro desse quadro que opera o conhecimento do jornalismo. Na produção da notícia, o jornalista trabalha constantemente dentro dessa perspectiva de superação. Não é permitido ao jornalista que seja ingênuo na cobertura dos fatos. A tomada de consciência – e novamente estamos falando de Paulo Freire – é o ponto de partida da sua atividade. Como é possível dar conta da cobertura dos acontecimentos, da mediação entre eles e a sociedade, se antes de construir a informação não conheço o objeto? É tomando consciência dele que me dou conta do objeto, que é conhecido por mim.
A eficácia da atividade jornalística e o conhecimento do jornalismo estão intimamente ligados ao que Freire colocava como a capacidade de abrir a ‘alma’ da cultura, de aprender a racionalidade da experiência por meio de caminhos múltiplos, deixando-se ‘molhar, ensopar’ nas águas culturais e históricas dos indivíduos envolvidos na experiência. É dimensão crítica do conhecimento jornalístico, num imbricamento entre teoria e prática.
Ainda dentro desse processo de redução da complexidade, o jornalismo mobiliza funções que são intrínsecas a sua atividade: a exotérica, a pedagógica e a de familiarização. A função exotérica é aquela que, na produção da notícia, o jornalista tem como preocupação tornar termos, expressões, linguagens, entre outros, que são de uso mais específico de determinadas áreas e grupos em textos que sejam mais compreensíveis pela maioria das pessoas.
A CPI do mensalão
Um exemplo disso é matéria que saiu no Jornal Nacional, no dia 9 de junho deste ano, sobre o pacote de medidas antiviolência. O repórter informa que uma das inovações do pacote é o fim do segundo julgamento automático para réus condenados a mais de vinte anos de prisão. Como se trata de uma linguagem da ordem do campo Jurídico, logo depois o jornalista explica medida com um exemplo prática. Ele esclarece que a medida vai evitar casos como o do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, acusado de ser o mandante do assassinato da freira Dorothy Stang. Ele foi condenado a 30 anos no primeiro julgamento e absolvido no segundo.
A função pedagógica também é mobilizada pelos jornalistas nas notícias para reduzirem a complexidade. No dia 04 de abril, uma reportagem do Jornal Nacional explicou de uma forma bem didática que o comércio não estava cumprindo a determinação do Banco Central de informar ao comprador tudo o que ele teria para pagar uma conta a prazo. Na matéria, a repórter alerta os consumidores sobre seus direitos e informa que, sentindo-se prejudicado deve buscar a defesa do consumidor.
Finalmente, no que diz respeito à familiarização, a matéria divulgada pelo Jornal Nacional em 02 de julho, sobre a libertação de Ingrid Betancourt, ex-candidata à presidência da Colômbia seqüestrada pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, procura mostrar toda a situação pela qual passou Betancourt até sua libertação, bem como sua luta contra o narcotráfico familiarizando assim a audiência ativa com um tema que não faz parte do seu cotidiano.
No processo de redução da complexidade, os jornalistas também realizam enquadramentos dos acontecimentos, mobilizam representações sociais com o objetivo de tornar o mundo mais compreensível para os cidadãos e cidadãs. Um exemplo é a representação de um acontecimento que demanda uma séria de explicações, como a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou o pagamento de propina a parlamentares para aprovarem projetos do governo na CPI do mensalão.
Os desafios da contemporaneidade
A representação permite, facilita a compreensão do fato porque remete ao cotidiano das pessoas que no dia-a-dia estão envolvidas com o pagamento de mensalidades das mais diversas ordens e sabem o que isso representa. Ao caracterizar a CPI como um pagamento exagerado e muito alto, isso contribui para o entendimento do fato.
Um outro exemplo de redução da complexidade é procurarmos tornar algo invisível em visível através da representação. Por exemplo, ao associarmos a idéia de Deus a pai, estamos tornando imediatamente visível em nossas mentes algo que antes não tínhamos idéia do que era. Um exemplo no jornalismo é transformarmos o vírus H5N1 na chamada gripe aviária, ou do frango, o que possibilita por parte da audiência materializar numa imagem algo até então não conhecido e ter uma maior compreensão do que representa.
Procurei com essas breves questões mostrar a complexidade do campo jornalístico e do jornalismo.
Tenho o maior respeito por outras atividades e práticas profissionais, mas com certeza o processo de produção, circulação e consumo da notícia é de responsabilidade de um especialista que, denominado jornalista, precisa diante dos desafios colocados pela contemporaneidade: as novas tecnologias, a interatividade, se ainda mais qualificado. Ou seja, ter uma qualificação de nível em superior em Jornalismo que seja obrigatória para o exercício de sua atividade.
A produção da notícia
Os jornalistas não fazem investigações policiais, não são fiscais da Receita Federal, não são promotores públicos, fiscais do INSS, advogados e médicos. São jornalistas que fazem jornalismo e têm como dever fundamental a interpretação da realidade social e para isso não basta só saber meia dúzia de regras técnicas; é preciso ter uma qualificação profissional que lhe permita, desculpem-me a redundância, interpretar o cotidiano.
Por fim, deixei para a parte final da minha fala breves comentários sobre críticas que fazem ao jornalismo e discutir, ainda que de uma forma superficial, o chamado jornalismo multimeios, que virou uma espécie de referência para os estudantes de Jornalismo e a nova perspectiva das empresas. De forma alguma o jornalismo, que tem no jornalista um especialista qualificado, representa um impedimento ou um cerceamento de trabalhadores, sindicatos, movimentos sociais, ONGs, advogados, médicos, dentistas, políticos de se manifestarem das mais diversas formas em jornais, rádios e TVs e na internet. Não é só um direito constitucional, mas um princípio ético fundamental na democracia.
O campo do jornalismo não se limita à prática profissional. O jornalismo é um campo científico, um campo de ensino e um campo de práticas profissionais. Com relação ao primeiro, entendo o jornalismo como um campo com objeto, metodologias e teorias próprios, o que não exclui, em nenhum momento, a atividade multidisciplinar com outras áreas do conhecimento.
Num segundo momento, o jornalismo envolve toda uma atividade de ensino que vai contribuir decisivamente para a formação de novos profissionais. Por fim, é um lugar de práticas profissionais onde é exercida uma série de funções, todas ligadas à produção da notícia.
É preciso viver a utopia
O processo de elaboração da notícia exige um especialista com formação teórica e prática, que tenha condições de estabelecer mediações entre a realidade global e o público ou a audiência interativa que se serve de jornais, rádios, TV e internet.
O rigor do método é central para o Jornalismo. Ele garante a objetividade e a verdade possíveis que resultam numa postura ética. Na investigação jornalística é preciso uma descrição correta dos fatos. Publicar unicamente informações cuja origem se conhece, ou senão acompanhá-las das reservas necessárias; não suprimir informações essenciais; não alterar textos, nem documentos; e retificar uma informação publicada que se revele inexata.
Esses procedimentos, apresentados de uma forma resumida, devem fazer parte do cotidiano do Jornalismo. Na medida em que um jornalista procura ser objetivo, se aproximar da verdade dos fatos ele está tendo uma postura ética com a sua atividade. Ele está imbuído de algo que é central no Jornalismo: o respeito intransigente ao ser humano, a dignidade no tratamento com homens e mulheres.
Abrir mão do rigor do método esquece o respeito ao outro, vítima, testemunha, parente, espezinha o respeito que deve a si mesmo: não é mais que um instrumento – um meio! – da informação. Está reduzido à função que o campo jornalístico lhe atribui. É prisioneiro de um determinismo reificante, de que o seu próprio cinismo não é capaz de o libertar. Se há rigor no método, a notícia se aproxima da objetividade e da verdade dos fatos garantindo uma postura ética do jornalismo diante da realidade dos acontecimentos.
Ao longo do texto deixei de citar alguns autores que colaboraram para sua elaboração como Luiz Beltrão, Pierre, Bourdieu, Daniel Cornu e muitos outros que contribuíram para essa reflexão. Agradeço a todos, os citados e os não citados, em particular os últimos, que espero compreendam essa pequena ‘omissão’. Procurei evitar uma colagem de teóricos e estudiosos do campo do Jornalismo; de autores que fazem parte do meu cotidiano, ajudam-me a pensar o Jornalismo e que citados ou não ajudam-me a pensar o Jornalismo.
Finalmente, o Jornalismo multimeios. Tenho 30 anos de Jornalismo e posso garantir que o tal jornalista multimeios não é uma novidade. Jovem profissional da tevê Bandeirantes, em Porto Alegre, no Rio Grande Sul vi as antigas equipes de rua de reportagem passarem de seis para dois profissionais. Isso aconteceu também na RBS, um grande conglomerado de comunicação ligado a Rede Globo. Resultado do multimeios: 50 demitidos. Trabalhava no jornal Zero Hora, também da RBS, em Porto Alegre, nas velhas máquinas Remington. Ali também vi o efeito do jornalista multimeios. Da noite para o dia, ou melhor, do dia para a noite vi 40 revisores serem demitidos, copidesques e diagramadores também. A isso eles chamavam de Jornalismo multimeios.
O jornalista tem que saber fazer tudo. Não jovem profissional, vi as primeiras esperanças se dissiparem e um ar de melancolia e impotência tomar conta de mim. Afinal, é isso o jornalismo multimeios? A melancolia acompanha, com certeza, esse velho jornalista. No entanto, a fé inarredável no jornalismo é como uma chama que não se apaga. Não sou contra as novas tecnologias. Não sou contra a possibilidade de o jornalista exercer mais atividades. Mas é preciso negociar, e negociar muito.
O que se assiste é que tudo é imposto de baixo para cima. Imaginem o stress, permitam-me a figura, de um jornalista que vai assobiar e chupar cana. Sem nenhum agouro. Submetido ao stress das várias atividades, não vai resistir numa redação mais do que dez anos, e grave também é o que temos acompanhado há muitos anos – a qualidade da informação vem caindo porque não há uma preocupação de investir nela, o importante é o lucro.
Termino como comecei. O jornalismo é uma atividade profissional de mediação, resultado de uma organização que se dedica precisamente a interpretar a realidade social e mediar o mundo do cotidiano e as notícias. Nesse sentido, é uma função cuja obrigatoriedade de formação superior em Jornalismo é imprescindível. Nas práticas diárias, os jornalistas desempenham operações que são centrais para uma sociedade democrática. Eles contribuem para a construção da realidade social e produção de conhecimento. Dentro desse contexto, o jornalismo é básico como uma forma de conhecimento para cidadãos e cidadãs. É preciso vivermos essa utopia. E, alguns acreditam que ela não vale para nada, posso lhes garantir. Ela serve para continuarmos caminhando. Muito obrigado.
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Coordenador do Núcleo de Jornalismo e Contemporaneidade – PPGCOM/UFPE