Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Ofcom faz busca em rádios de Londres

A Ofcom, agência que regula as comunicações e telecomunicações na Grã-Bretanha, comandou uma operação anti-rádios piratas em Londres no fim de outubro. Trinta e dois policiais e 18 membros da Ofcom participaram das buscas, que terminaram com 53 transmissores confiscados e 44 emissoras fechadas. Londres abriga 50% das estimadas 150 estações ilegais em operação no Reino Unido.


O órgão afirmou, de acordo com matéria de Julia Day no Guardian [3/11/05], que tenta fazer com que algumas das estações ilegais sejam legitimadas, oferecendo licenças comunitárias, mas avisou que continuará a repreender e processar as envolvidas em ‘atividade criminal’.


Além do fato de transmitirem ilegalmente, algumas das rádios piratas são acusadas de terem ligações diretas com o tráfico de armas e drogas. Algumas armas de fogo foram encontradas durante a busca. A Ofcom acredita que o dinheiro que as estações arrecadam com a publicidade de eventos em boates sirva para financiar drogas postas à venda nestes mesmos eventos. Boates que anunciam em estações piratas receberam cartas de advertência e 43 números de telefone fixos e celulares ligados a operações piratas serão investigados.


Paul Brown, executivo-chefe da Associação das Companhias de Rádio Comerciais, apoiou a operação. ‘As estações piratas não pagam direitos autorais ou licenças de funcionamento e recebem renda como as rádios comerciais’, afirmou. As buscas foram elogiadas por representantes dos sistemas de emergência da cidade, que muitas vezes têm sua freqüência de rádio prejudicada pela interferência das rádios ilegais.


John Anthony, da Brigada de Incêndio de Londres, afirmou que as interferências dificultam a comunicação com os pedidos de socorro. Tim Doncaster, do Serviço Nacional de Tráfego Aéreo, disse que as transmissões piratas interferem diretamente na comunicação entre os controladores de tráfego aéreo e os pilotos, e podem ainda afetar os auxílios de navegação usados como pontos de referência.


Em sua defesa, as estações ilegais afirmam que são responsáveis por oferecer ao público músicas que ele quer ouvir mas não encontra nas estações comerciais ou na BBC. Elas alegam também ter um importante papel no lançamento da carreira de novos artistas.