A Associação dos Correspondentes de Imprensa Estrangeira no Brasil (Acie), sediada no Rio de Janeiro, concedeu ao editor-responsável do Observatório da Imprensa, Alberto Dines, o Prêmio Imprensa Estrangeira, outorgado todos os anos à ‘Personalidade do Ano’, pela ‘contribuição importante à vida jornalística do país’, nas palavras da presidente da entidade, a britânica Diana Kinch.
O prêmio foi criado em 1989, e desde então já foi outorgado a políticos, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2002) ou a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente (2003); a ativistas como Deolinda Alves dos Santos, do Movimento dos Sem Terra (1996); a personalidades da vida pública, como o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho (1993), ou o arquiteto Oscar Niemeyer (1997); a repórteres, como Maria Helena Tachinardi, da Gazeta Mercantil (1991), Sônia Carneiro, da Rádio Jornal do Brasil de Brasília (1992) ou a correspondente de guerra Cristiana Mesquita (2001).
A Associação dos Correspondentes de Imprensa Estrangeira no Brasil, que até 1979 tinha o nome de Clube dos Correspondentes de Imprensa Estrangeira, criado em 1962, reúne em seu quadro de associados 125 profissionais de rádio, jornal e televisão que atuam no Brasil, bem como representantes da área diplomática, assessores de imprensa e chefes de relações públicas de organizações internacionais. O Brasil é o país da América Latina com o maior número de correspondentes estrangeiros, enviados pelos principais veículos de comunicação do mundo. No site da Acie estão relacionados os nomes de todos os correspondentes associados e seus contatos.
Jornais e livros
Diana Kinch, correspondente da revista Metal Bulletin, da Grã-Bretanha, informou que os sócios têm direito a votar e a sugerir nomes para a homenagem. Neste ano, foram mais de 10 candidatos. A votação durou duas semanas, e Alberto Dines venceu com ‘boa margem’ o segundo colocado, a redação da revista Veja, indicada ‘pela cobertura da crise’, contou Diana. ‘Mas a votação é muito democrática’, disse. ‘E Alberto Dines venceu justamente pela observação da imprensa, por sua defesa da imparcialidade, de grande utilidade sobretudo em momentos de crise.’
A placa comemorativa será entregue a Dines em 8 de dezembro, no Rio, em cerimônia no Hotel Marriott, no jantar de confraternização anual dos correspondentes estrangeiros.
O carioca Alberto Dines, 73 anos, é jornalista profissional desde 1952. Começou como crítico de cinema, foi fotógrafo e repórter, chefe de redação e editor-chefe de jornais e revistas, articulista. Seu ‘Jornal dos Jornais’ foi a primeira coluna regular de crítica da mídia (Folha de S.Paulo, 1975-1977); vieram em seguida ‘Jornal da Cesta’ (Pasquim, 1980-1982), ‘Circo da notícia’ (revista Imprensa, 1995-1996). Fundou o Observatório da Imprensa na internet em abril de 1996, o programa Observatório da Imprensa na TV em 1998, e o OI no Rádio, em maio de 2005. Tem o título de ‘Notório Saber’ em História e Jornalismo pela USP e recebeu, em 1971, o Prêmio Maria Moors Cabot, da Universidade de Columbia, em Nova York, onde foi professor-visitante da Escola de Jornalismo (1974-75).
Tem vários livros publicados: O Papel do Jornal (1ª edição, 1974; 6ª edição, 1996); 100 Páginas que fizeram História (org., São Paulo, 1997), 20 Histórias Curtas (co-autor, 1961), Posso? (contos, Ed. Sabiá, 1972); E Por Que não Eu? (Codecri, 1979); Os Idos de Março (co-autor e org., 1964); Baú de Abravanel (Companhia das Letras, 1990); Vínculos do Fogo (Companhia das Letras, vol. I, 1992); Diários Completos do Capitão Dreyfus (org., apres. textos complementares, 1995), Em Nome da Fé – estudos in memoriam de Elias Lipiner (co-org. e co-autor, Editora Perspectiva, 1999); Tratado da Ciência Cabala de D. Francisco Manoel de Mello (org. e apresentação, Editora Imago, 1997); Correio Braziliense – 1808-1822, edição facsimilar, 29 volumes + 2 complementares (projeto e organização Imesp, 2003). Morte no Paraíso – a Tragédia de Stefan Zweig (Nova Fronteira, 1981), relançado pela Rocco em 2004 (edição revista e aumentada, 600 páginas), sairá em breve na Alemanha e em Portugal.