O sítio de relacionamentos Orkut, mantido pelo Google, foi o centro de um debate entre representantes da companhia e um procurador em audiência pública realizada na semana passada na Câmara dos Deputados de São Paulo sobre crimes contra os direitos humanos. O Ministério Público Federal de São Paulo quer que o Google colabore para impedir crimes organizados através das comunidades do Orkut, como as recentes brigas entre torcidas de futebol.
O delegado Cristiano Barbosa Sampaio, da divisão de Repressão a Crimes Cibernéticos da Polícia Federal, afirma que os legisladores precisam redigir uma lei que permita às autoridades coibir tais crimes. A lei teria que ‘garantir acesso a informações administrativas de provedores de internet que muitas vezes se recusam – como o Google – a entregar estes dados para proteger a privacidade do usuário’, diz Sampaio.
14 mil reclamações
Paulo Suiama, procurador regional dos Direitos do Cidadão no Estado de São Paulo, conta que as autoridades brasileiras receberam mais de 14 mil reclamações contra o Orkut por ameaças, racismo e tráfico de drogas somente em março deste ano. ‘A única empresa de internet que não coopera com as autoridades é o Google Brasil’, diz Suiama, notando que as autoridades entraram em contato com o Google quatro vezes no ano passado, sem sucesso.
David Drummond, diretor jurídico do Google, alega que, como os perfis dos usuários do Orkut ficam armazenados em servidores nos EUA e Inglaterra, a companhia poderia ser punida nestes outros países se concordasse em entregar informações pessoais dos internautas às autoridades brasileiras. Informações da AFP [27/4/06].