Qual foi o erro da mídia no caso da Escola-Base? A mídia precipitou-se. Acreditou numa fonte oficial que queria aparecer, mostrar serviço, condenou prematuramente alguns inocentes e agora está pagando grandes indenizações por causa do episódio.
No caso da colisão aérea da sexta-feira (29/9) a coisa ameaça repetir-se. A FAB, que tem enorme experiência e competência, insiste que é prematuro tirar conclusões já que as caixas pretas sequer foram examinadas. Mas setores políticos do governo estão querendo antecipar julgamentos – o ministro da Defesa, Waldyr Pires, infelizmente, é um deles.
O ministro foi um dos combatentes da causa da redemocratização, mas agora parece estar interessado na politização da tragédia. Como aparentemente não gosta de Bush, acha que os dois pilotos americanos são liminarmente culpados.
Na quarta (4/10), o ministro considerou ‘lamentável’ a afirmação do jornalista americano Joe Sharkey (que estava no Legacy’) de que o sistema de monitoramento aéreo na Amazônia tem falhas. Ora, o repórter está no seu direito, o ministro é que deveria contestá-lo com fatos. Deveria, sobretudo, abster-se de explorar a dor dos que perderam seus parentes.
Pena que a imprensa ainda não percebeu que a Escola-Base acontece todos os dias.