Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Para que seres humanos quando temos computadores?

As notícias sempre afetaram as oscilações no mercado de ações. Por esta razão se investe muito dinheiro em programas de computador que monitoram determinadas manchetes e avisam aos investidores se alguns termos que podem influenciar o mercado estão aparecendo freqüentemente na mídia, noticia Aline van Duyn [The Financial Times, 15/4/07]. ‘Furacão’, por exemplo, é um sinal para se vender ações de seguros; ‘seca’ pode afetar o preço do trigo.


Atualmente, os computadores já são usados para gerar noticias sobre os lucros de empresas ou estatísticas econômicas divulgadas por elas. A novidade agora é a possibilidade de usar os computadores para analisar anos de matérias e avaliar como algumas notícias afetaram os movimentos do mercado, podendo-se usar tais padrões para programar computadores para investir em certas ações.


Eu, robô


Com esta inovação tecnológica, houve um aumento da demanda a agências como Reuters, Bloomberg e Thomson Financial para ‘notícias que possam ser lidas por máquinas’, ou seja, matérias que são escritas em linguagem algorítmica, específica para este tipo de programa, como por exemplo ‘“Symbol ticker = ‘MAN’ country = ‘US’ cusip = €˜56418H100’ isin = ‘US56418H1005’ / symbol changesign = ‘+’ caltype = ‘percent’ 2.5 / change to price value = ‘44.52’.‒.


Assim, os computadores podem ler tais informações em milésimos de segundo, muito mais rápido que seres humanos. ‘Um dos maiores consumidores de notícias agora é o computador’, avalia Matthew Burkley, vice-presidente de estratégias da Thomson Financial. ‘Esta área tornou-se mais ampla do que pensávamos’.


Na Reuters, a demanda também é significativa. ‘Há um grande interesse em passar o processo de interpretação das notícias para as máquinas’, diz Kirsti Suutari, que trabalha na agência. ‘A maior parte de nossos clientes está buscando maneiras de usar conteúdo para obter dinheiro’.


Mas ainda há quem tenha um pé atrás com as máquinas e não dispense o olhar humano. ‘As notícias são extremamente subjetivas. Nossa idéia é unir a automação com um nível de supervisão humana. É melhor usar alguns segundos extras para se ter certeza’, explica Will Sterling, chefe de negócios eletrônicos da UBS.