O aperfeiçoamento tecnológico vem sendo um dos grandes fatores na disseminação das informações através de redes, mídias e interações humanas, o que leva as pessoas a produzirem conhecimento e significados num espaço de tempo mais flexível e veloz. Nessa perspectiva, as tecnologias usadas nas salas de aula para construção do conhecimento não se restringem à lousa, giz, caderno etc. Nosso antigo ‘quadro-negro’ perde sua unanimidade para uma mistura de agentes inteligentes, quadros digitais e aulas gravadas: um novo modelo de aprendizagem que emergiu com a Educação a Distância (EAD).
Neste contexto, as vantagens dos cursos a distância são comumente difundidas, porém muitas vezes a proposta aludida de que o aluno seja cliente da universidade e servido pelo professor nem sempre é estabelecida por diversas instituições, sejam elas privadas ou públicas, a distancia ou não, pois deixam evidenciada a falta de recursos, escassez nas estratégias de ensino e aprendizado e ausência de delimitação de um foco, mesmo com um vasto e diverso campo tecnológico. Nessa perspectiva, a influência da miopia de intencionalidade em inúmeras faculdades priva-as de uma visão ‘glocalista’.
Entre todos os aspectos, nessa modalidade de ensino é importante considerar a figura do tutor, o responsável pelas mediações entre os alunos e professores, alunos/alunos, alunos/objeto, aluno/conteúdo e alunos/ambientes, pois é ele que provoca nos discentes, através de estratégias pedagógicas, um ‘desejo’ para a construção do conhecimento, mesmo a quilômetros de distância.
‘Os tutores são os olhos e ouvidos do sistema’, conforme afirma Moore (2004). Mas, qual seria então a legítima função do professor na EAD? De centralizar-se no conteúdo através de suas tele-aulas sem dar suporte aos seus alunos através de um processo colaborativo? Existe processo colaborativo na EAD, e até que ponto os princípios colaborativos na EAD são convergentes às expectativas e percepções dos alunos?
Essas mesmas indagações devem ser direcionadas também para educação realizada face a face, vista a olho nu, na qual os mesmos problemas são detectados, mas os efeitos colaterais não param de ratificar sua potencialidade. Nas salas de aula, um fator primordial é a constituição do elo social, do processo interativo através de aparatos colaborativos, da inclusão dos atores nos processos de ensino e aprendizagem, seja ele ou não a distância, mas que estejam em consonância e comprometidos com a principal função de qualquer instituição de ensino: democratizar o conhecimento.
Conforme propõe Freire (1987), a ‘educação autêntica, repitamos, não se faz de `A´ para `B´ ou de `A´ sobre `B´, mas sim de `A´ com `B´ mediatizados pelo mundo’.
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Professor Universitário presencial, tutor de sala, tutor virtual, Arapiraca, AL