Cansei de tentar levantar a voz em defesa daqueles que são extremamente cobrados pela imprensa, pela população e pelos representantes de entidades como OAB.
As cartas enviadas por mim, ou por qualquer outro membro da organização de que participo, são ignoradas pelos jornais.
O mais engraçado é que muitas bobagens são escritas e publicadas, opiniões redundantes e que não levam o leitor a questionar realmente o que está certo ou errado, deixando o jornal de fazer seu papel imparcial na informação.
‘Não somos ouvidos’
A ação da polícia nas ruas, revistando cidadãos, adolescentes ou crianças é, hoje, o reflexo da violência do nosso estado e reflexo da cobrança social em cima de uma reação das autoridades e agentes de segurança pública. A violência chegou a tal monta que crianças são usadas pelo tráfico para carregar armas e passar tranquilamente pelas blitze. E quando há a investigação concreta de uma denúncia desse abuso ao direito do menor, a polícia é duramente criticada por ONGs que defendem direitos humanos e nunca se ouve o outro lado da moeda que seria justamente a ONG de que faço parte e que defende os direitos do policial.
Não somos publicados, não somos ouvidos, nem interessa à imprensa conhecer os motivos pelos quais tanto nos empenhamos em estar ao lado daqueles que primam pela segurança do estado, das pessoas, das crianças e que são vitimados por ataques covardes do crime organizado.
Baixa auto-estima
Precisamos engolir representantes da OAB e de entidades de direitos humanos acusando e querendo punir aqueles que estão simplesmente cumprindo seu dever com respeito e ação correta, conforme determinam os procedimentos de segurança. São, inclusive, as mesmas pessoas que cobram ação do estado no combate ao crime.
A frustração ao ler os jornais a cada dia vai, aos poucos, retirando dos policiais a própria vontade de agir. Não bastam os baixos salários; eles têm que lutar contra a própria baixa auto-estima, pois se vêem sempre acusados de atuar com arrogância, brutalidade e excesso de força.
Ninguém agüenta a barbárie
Em nenhum momento, nas fotos publicadas pelo jornal O Globo na versão online de 16 e 17 de março, na atuação da polícia civil em Vigário Geral, vi cenas de brutalidade ou de falta de respeito, pelo contrário. A polícia tem que ser vista com respeito, como um exemplo. As crianças revistadas têm que se sentir seguras porque estão sendo resguardadas no seu direito de ir e vir sem que uma arma esteja escondida em sua bolsa. Já imaginaram o que poderia acontecer se um menino de 6 anos descobrisse uma pistola na sua mochila?
Para que haja a cobrança da sociedade, das autoridades, dos representantes de direitos humanos e da imprensa em relação à polícia, há de ser ter com ela respeito e deixá-la agir com independência, principalmente no nível de violência em que o estado do Rio de Janeiro se encontra.
Ninguém agüenta mais tanta barbárie.
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Vice-presidente e diretora social da ONG Viva Polícia e estudante de informática